Jornal Estado de Minas

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Série britânica 'Slow horses' aposta em velhos espiões e acerta em cheio



Ah, os britânicos. O humor inteligente, aquele que te faz sorrir de lado, não falha. Atração da AppleTV+, “Slow horses” é uma velha história de espiões, mas com ingredientes – e grandes atuações – que carregam na ironia e elevam o clima do thriller. A série é uma adaptação da coleção de livros de Mick Herron (inédita no Brasil), que conta com uma dúzia de títulos.




 
Lançada em abril, a temporada inicial nos apresentou o mundo da Slough House, o lugar em que qualquer agente do MI5, o serviço de inteligência doméstico do Reino Unido, não quer ir. É para a “Casa do Pântano” que são enviados os indesejados, aqueles que cometeram erros.

O trabalho ali é burocrático, não tem importância alguma. E o lugar é comandado por um lendário espião, Jackson Lamb (Gary Oldman, já uma razão para entrar de cabeça na série). Lógico que na primeira trama os “pangarés”, como os agentes são chamados, acabam entrando em ação e resolvendo a trama.
 
A segunda temporada está ainda melhor. Com episódios semanais, a produção está na reta final – nesta sexta (23/12), estreia o quinto dos seis episódios. A plataforma já confirmou a terceira e a quarta temporadas.




Espião é sempre espião

Antigas células que atuaram na época da Guerra Fria são o foco desta vez. Um espião, mesmo “adormecido”, nunca deixa de sê-lo. Tanto que a narrativa tem início com o idoso que administra uma sex shop em Londres. Ele vê um homem do lado de fora da loja e resolve segui-lo. Acaba morto em um ônibus. Aparentemente, morte natural.
 
Lamb, quando fica sabendo do ocorrido, refaz o percurso e encontra o celular do morto, velho espião, que deixou uma pista: digitou a palavra cigarra.
Basta isso para que a ação tenha início.
 
Depois que os “pangarés” resolveram o caso da temporada inicial, o grupo mais jovem de agentes acredita que voltará à ativa – todos querem, de alguma forma, encontrar a chave do cadeado que os prende à Slough House e retornar para o endereço da Park, onde está a sede do MI5, comandado pela dissimulada Diana Taverner (Kristin Scott Thomas).
 
Mas isso não acontece. Lamb, sabendo que naquele mato tem coelho, resolve ir a campo e colocar o jovem River Cartwright (Jack Lowden) à procura do assassino, um russo que ninguém conhece direito.
 
Paralelamente, dois outros “pangarés”, Louisa Guy (Rosalind Eleazar) e Min Harper (Dustin Demri-Burns), começam a organizar uma operação a pedido da Park. Os dois casos, obviamente, estão relacionados.




 
O enredo vai se desenrolando em múltiplos cenários. Há tanto hotéis de luxo quanto velhos prédios cheirando a mofo. Muito cigarro e álcool também. A ação vai para o interior da Inglaterra, onde River entra no cotidiano de uma família improvável que toma conta de uma pousada.
 
O veterano Jonathan Pryce dá show como o velho espião David Cartwright (foto: Apple/divulgação)
 

Um nome muito importante do elenco é o de Jonathan Pryce. O veterano ator interpreta David Cartwright, o avô de River e outrora importante da agência. Como a trama desta temporada remonta a velhos agentes, David tem papel relevante na história.
 
Misturando alta voltagem das tramas de espionagem com boa dose de comédia – os integrantes da Slough House brigam o tempo inteiro e alguns deles realmente não têm aptidão para a função –, “Slow horses” traz várias cartas na manga. E comprova que cavalos azarões podem ganhar a corrida.

SLOW HORSES

A segunda temporada está disponível na AppleTV . Nesta sexta (23/12), estreia o quinto dos seis novos episódios.