Pela primeira vez em uma década, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais passa por processo de renovação de seu acervo. Iniciativa de sua associação de amigos, o projeto está recuperando 20 mil itens – livros em sua maioria, mas também audiolivros, DVDs e CDs. A previsão é de que em fevereiro todo o material esteja disponível para empréstimo ou consulta.
Vice-presidente da Associação dos Amigos da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Alessandra Gino comenta que o material estava no acervo da instituição aguardando, lentamente, sua disponibilização para o público.
Patrocinado pela Gerdau por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto, que custou R$ 293 mil, permitiu também a aquisição de novos títulos. “Privilegiamos livros em braille (são 23 novos títulos), pois eles são caros. Geralmente, o que chega é via doação, pois a biblioteca não tem condição de comprá-los”, acrescenta Alessandra.
Carro-livro e caixa-estante beneficiados
Parte do material que está sendo recuperado será incorporado ao acervo de serviços de extensão da instituição: carro-biblioteca e caixa-estante, da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de Minas Gerais, para atendimento a comunidades carentes de Belo Horizonte.
Até que um livro esteja disponível para o público, ele passa por um processo, daí a importância do projeto. Assim que chega à biblioteca – seja por compra direta ou doação –, o volume vai para o setor de seleção. Caso seja um título que não exista no acervo, ele passa na frente dos demais. O conteúdo vai direcionar para qual dos seis setores de atendimento ele irá.
Isso definido, o volume é encaminhado ao processamento técnico, onde passa por tratamento que inclui carimbo e preparados. Depois, segue para os bibliotecários, que vão inseri-lo na base de dados – somente aí o volume é catalogado e indexado. Finda essa etapa, ele será encaminhado para seu respectivo setor.
Seis anos sem concurso para biblotecário
Fundada em 1954, a biblioteca conta atualmente com 570 mil itens (livros, jornais, revistas, CDs, audiolivros e mapas). Trinta por cento do acervo foram digitalizados para o setor de Hemeroteca Histórica, com jornais e revistas antigas. Alessandra comenta que esse material é contabilizado por fotogramas, totalizando 1,2 milhão de imagens digitalizadas.
No entanto, a instituição, que integra a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), enfrenta a carência de pessoal. O último concurso para contratação de bibliotecários ocorreu em 2016 – dos 40 profissionais que entraram na época, somente 12 continuam lá.