Tamanho é documento? Depende do gosto do freguês. Para encerrar 2022, o Cine Humberto Mauro celebra a trilogia “O Senhor dos Anéis”, lançada entre 2001 e 2003 justamente nesta época do ano, com maratonas de hoje (27/12) a quinta-feira (29/12). As adaptações de Peter Jackson para a obra-prima de J. R. R. Tolkien (1892-1973) serão exibidas em dois formatos: o regular e a versão estendida, também conhecida como versão do diretor.
É só fazer a sua escolha: a versão normal, aquela que foi lançada nos cinemas, leva 9h18min. Já a estendida, com vários extras, consome 11h45min. É claro que haverá tempo para o espectador: hoje serão exibidos os dois primeiros filmes (“A sociedade do anel” e “As duas torres”); amanhã, o terceiro (“O retorno do rei”) e o primeiro estendido; na quinta, os dois últimos da versão maior.
“É uma experiência fantástica maratonar os três filmes, pois você começa a pertencer àquele universo de alguma forma. E isso se deve muito ao apreço técnico. No segundo filme (‘As duas torres’), por exemplo, na batalha do Abismo de Helm, os orcs foram multiplicados digitalmente e pareciam muito reais. Feito um pouco antes, ‘Gladiador’ (2000) tinha enorme elenco de suporte. Já ‘O Senhor dos Anéis’ (feito pouco depois) recorreu ao digital”, comenta Yasmine Evaristo.
'Durante muito tempo, a literatura fantástica foi considerada um gênero inferior. Tolkien era muito conhecido nos Estados Unidos, Inglaterra e em outros países da Europa, mas os filmes tiveram efeito muito importante, pois conseguiram unir as duas pontas (cinema e literatura)'
Yasmine Evaristo, pesquisadora de cinema
Pesquisadora de cinema, ela se reúne ao crítico Cleiton Lopes para, nesta terça-feira, logo após a primeira sessão, comentar a trilogia.
“Assim como George Lucas fez nos anos 1970 com ‘Star wars’, Peter Jackson, com ‘O Senhor dos Anéis’, revolucionou a técnica no cinema, possibilitando que outros filmes fossem realizados com a mesma qualidade”, acrescenta.
A saga de Frodo
O escritor Tolkien levou mais de uma década para desenvolver a trilogia, publicada no Reino Unido em 1954 e 1955. A história segue o hobbit Frodo, que vive na Terra-Média e recebe de presente do tio um anel mágico e maligno, que precisa ser destruído antes que caia nas mãos do mal. Para isso, ele terá caminho árduo pela frente.
“Durante muito tempo, a literatura fantástica foi considerada um gênero inferior. Tolkien era muito conhecido nos Estados Unidos, Inglaterra e em outros países da Europa, mas os filmes tiveram efeito muito importante, pois conseguiram unir as duas pontas (cinema e literatura). Quantas pessoas como eu não foram conhecer esse gênero literário por causa do filme?”, acrescenta Yasmine, que só depois do Natal de 2001, ao assistir ao primeiro longa, leu o autor britânico.
Mesmo tendo passado duas décadas desde o lançamento nos cinemas, ela acredita que a trilogia envelheceu bem. “Ao contrário de ‘O Hobbit’ (trilogia lançada por Jackson uma década depois), criado a partir de um texto literário curto que se tornou saga gi- gantesca. Principalmente para quem passou pela literatura, ‘O Senhor dos Anéis’ continua funcionando hoje muito bem.”
Cerca de um ano após o lançamento de cada longa, foi lançada a versão estendida do respectivo título – os longas ficaram, cada, com quase uma hora a mais de duração. Para a pesquisadora, tais sessões são um prato cheio só para fanáticos pelo universo de Tolkien recriado por Jackson. “Eu mesmo só assisti à primeira versão estendida”, finaliza.
TRILOGIA DO ANEL
Exibição dos três longas “O Senhor dos Anéis”, de hoje (27/12) a quinta-feira (29/12), a partir das 15h, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Nesta terça, será exibido o primeiro filme, seguido de palestra. Depois, o segundo filme. Na quarta (28/12), serão exibidos o terceiro filme e a versão estendida do primeiro. Na quinta (29/12), serão exibidas, em sequência, as versões estendidas dos filmes 2 e 3. Entrada franca. Ingressos devem ser retirados na bilheteria uma hora antes das sessões.