Jornal Estado de Minas

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"Reboot" usa Hollywood como fonte de piadas


Steven Levitan é cocriador de “Modern family” (2009-2020). Só esta credencial já garante um mínimo interesse sobre a nova série em que ele atua como showrunner, “Reboot”. E a primeira temporada, com oito episódios, disponível no Star+, faz jus à linhagem. A premissa é fazer piada com a própria indústria.





O termo reboot designa uma nova versão de uma obra de ficção. Aproveitando da fama do passado, cria-se um produto mais barato – e muito menos criativo. Na história, a série que ganhará um reboot é “Step right up”, uma sitcom de TV aberta que fez sucesso no início dos anos 2000, foi cancelada há 15 anos e vai retornar, agora, na plataforma de streaming Hulu. 

Quem encabeça o projeto é Hannah (Rachel Bloom), uma roteirista de filmes indie que vai trabalhar em uma produção comercial porque é filha de Gordon Gelman (Paul Reiser), o criador da série original. Com o projeto, ela resolve prestar contas ao passado, já que foi abandonada pelo pai quando ele arrumou uma segunda família.



O elenco da série se deu mal quando ela acabou. Reed Sterling (Keegan-Michael Key), formado em Artes Dramáticas em Yale, deixou “Step right up” para tentar o cinema “sério” e o teatro. Não deu em nada, assim como sua co-star (e ex-namorada) Bree Jensen (Judy Greer), que abandonou a carreira para se casar com o duque de um pequeno país nórdico – o casamento acabou assim que ela descobriu que era traída.





Conflito

A série ainda traz os personagens Clay Barber (Johnny Knowville), que tenta se reerguer depois de escândalos movidos por álcool e drogas, e Zack Jackson (Calum Worthy), uma criança na série original, que cresceu como um jovem infantilizado. O elenco da produção original ganha um reforço na nova versão: Timberly (Alyah Chanelle Scott), recém-saída de um reality show de relacionamentos.

O conflito inevitavelmente ocorre. Os atores experientes têm dificuldades de se adaptar ao mundo dos millenials, do politicamente correto e das redes sociais. Há muitas piadas em relação a isto: quando Reed tem uma ereção numa cena amorosa com Bree, a equipe do programa tem que ler um comunicado da Disney (proprietária da Hulu) para explicar como os atores devem se portar em cena.

Boa parte do elenco é formada por veteranos da TV. Há, inclusive, a contratação de roteiristas antigos (interpretados por Fred Melamed, Rose Abdoo e George Wyner) que entram em conflito com a equipe de jovens de 20 e poucos anos contratados por Hannah. Piadas sobre diversidade – e a falta dela entre os veteranos – enchem a tela. 

O texto fácil e o elenco com timing para comédia (Paul Reiser é o grande destaque, parece brincar em cena o tempo todo) conseguem realmente despertar gargalhadas. Mesmo longe de ser inovadora, “Reboot” faz graça olhando para o próprio umbigo. 

“REBOOT”
• A primeira temporada, com oito episódios, está disponível no Star