Um dos relatos mais conhecidos da Bíblia trata da visita dos reis magos há Belém, onde presentearam o menino Jesus com ouro, mirra e incenso. A passagem ocorreu 12 dias após o nascimento do filho de Maria, e por isso, no dia 6 de janeiro é comemorado o Dia de Reis. No entanto, a data coincide com outra comemoração, o Dia do Astrólogo, e há um motivo especial para as duas celebrações ocorrerem no mesmo dia.
Segundo o evangelho de Mateus, os Reis teriam seguido a Estrela de Belém para encontrar Jesus e entregar três presentes para ele. "É muito interessante porque (a Bíblia) não fala de três Reis Magos, fala que os Reis Magos o visitaram e entregaram três presentes, então acabou-se entendendo que cada Mago entregou um presente", explica Bruno Lanaro, psicólogo clínico de abordagem junguiana e co-fundador do canal Conhecimentos da Humanidade.
O astrólogo Nilton Schutz — que também é pesquisador e apresentador do Programa Caminhos da Consciência — pontua que pelo fato de os Magos terem sido guiados por uma estrela "as pessoas fizeram essa associação da astrologia com os Reis Magos".
No entanto, a celebração do Dia de Reis e do Dia do Astrólogo na mesma data só ocorre a partir de 1978. O astrólogo uruguaio Boris Christoff sugeriu que a data fosse escolhida como uma forma de homenagem aos reis.
De acordo com Ricardo Hida — astrólogo da Rádio Vibe Mundial, escritor e pesquisador na PUC-SP — embora muitos papas fossem astrólogos, o tema é considerado tabu dentro da Igreja Católica. "A igreja, justamente para não falar que eles eram astrólogos, inventaram esse nome de Reis Magos, mas eram efetivamente estudiosos dos céus", reforça.
Assim, a ideia de Boris era celebrar os dois na mesma data. "Porque os Reis Magos identificaram o nascimento de Jesus através dos céus", acentua Ricardo.
O significado da Estrela de Belém
Segundo Ricardo, entender melhor o que seria a famosa Estrela de Belém, usada pelos Magos como guia até Jesus, é um dos grandes debates na astrologia. Para muitos, a "Estrela" seria a conjunção de Saturno com Júpiter.
"Aparentemente, segundo as narrativas históricas e bíblicas, Mateus fala que a estrela parou no exato momento em que o menino Jesus nasceu. Então, hoje se entende que o planeta Júpiter estava em movimento retrógrado, ele para, estaciona e aí ele voltou para o movimento direto", explica Ricardo.
Ele destaca ainda esse esse é o fenômeno astrológico mais aceito nos dias de hoje: a conjunção de Júpiter, maior planeta e justamente o regente de peixes e sagitário — dois signos muito ligados a religião e a espiritualidade — com o planeta Saturno, que fala da responsabilidade, do tempo e da estrutura.
"Então, até simbolicamente, as conjunções desses dois planetas sempre marcam momentos importantes da humanidade", frisa o astrólogo.