Bruno Coimbra e Os Perpendiculares esperou a pandemia passar para lançar disco de rock

Com idades de 38 a 45 anos, integrantes do trio Bruno Coimbra e Os Perpendiculares querem dialogar com os jovens

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Rock and roll para repensar a vida. Assim é o álbum “Sem medo de dizer”, de Bruno Coimbra & Os Perpendiculares, power trio formado pelo vocalista e baixista Bruno, Ismael Souza (guitarra) e Riccardo Linassi (bateria).
 
A produção independente traz nove canções autorais. “Sem medo de viver” traduz uma filosofia de vida. “Você deve parar de se aborrecer tanto com as coisas que não é capaz de mudar. Isso é uma filosofia particular minha”, diz Bruno Coimbra. “Em contrapartida, existem coisas que você pode mudar.”

Por falar em mudança, o projeto teve de ser adiado em 2020 devido à pandemia. “Como lançar uma música extremamente radiofônica, cujo refrão fala ‘Ah, foda-se/ Não quero mais me importar/ Só quero deixar pra lá/ Melhor é rir e respirar’, em meio à pandemia global? Não tinha como fazer o lançamento. Então, a gente aguardou aquele período passar. Logo que começou o alívio para as questões de movimentação, quando o clima começou a ficar mais tranquilo, decidimos gravar o disco completo”, explica o vocalista.
 
A banda lançou campanha de financiamento coletivo e conseguiu levantar recursos para gravar oito das nove faixas, pois “Sem medo de viver” já estava pronta.
 
“O pensamento do trio gira em torno de reflexão, existencialismo. Também temos músicas sobre o tempo, a coisa mais valiosa na vida”, explica Coimbra.
 
Outro tema abordado pelo trio é a depressão. “Ela pegou um monte de gente pelo pescoço durante o período pandêmico. Pessoas já tinham gatilhos, mas ficar em isolamento trouxe tudo à tona”, comenta Bruno. A música “Insuficiente”, por exemplo, fala desse processo.

Música dançante

Com idade entre 38 e 45 anos, os músicos buscam fazer rock and roll para os jovens. “Pensamos que 70% do disco tem de ser dançante ao extremo para que a pessoa escute e seja contagiada pelo ritmo. Quando assustar, ela já está batendo a cabeça e dando um passo para o lado”, diz Bruno.
 
Além de lançar o álbum nas principais plataformas digitais, o grupo produziu CD e camisetas, “que a galera está curtindo bastante”, afirma o vocalista. Também vai sair o vinil, com 100 cópias. A capa foi criada pelo artista plástico mineiro Zuba, com base em foto de Vinícius Caricati.
 
O diálogo com os jovens é fundamental para o rock, acredita o vocalista. “O ser humano está tecnológico, ele já nasce dentro de um lugar no qual o computador tem acesso a tudo. Se pararmos para pensar, como o ser humano conseguiu sobreviver até hoje? Somos o ser mais frágil que existe. A gente nasce sem garras, sem presas, sem nada. Sobrevivemos pela inteligência e pela capacidade de adaptação”, filosofa.
 
Porém, Coimbra adverte: “A gente foi se adaptando tanto que está se esquecendo do básico, da premissa de estar neste planeta maravilhoso e curtir as coisas que estão nele. Isso está no disco para as pessoas entenderem que a vida é muito mais que acordar, levantar, trabalhar, pagar as contas, voltar e dormir para acordar novamente, levantar e viver este ciclo louco.”
 
Ilustração de capa de disco traz imagem dos integrantes do trio Bruno Coimbra e os Perpendiculares segurando megafones

Ilustração de capa de disco traz imagem dos integrantes do trio Bruno Coimbra e os Perpendiculares segurando megafones

Zuba/ reprodução
 

"SEM MEDO DE DIZER"

Álbum de Bruno Coimbra 
& Os Perpendiculares
Nove faixas
Disponível nas plataformas digitais