Após três anos e meio de banimento, a China voltou a exibir filmes da Marvel, com o anúncio da estreia de “Pantera Negra: Wakanda para sempre” e “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”. A imprensa internacional diz que ambos serão lançados em fevereiro
O último longa-metragem da Marvel exibido no país asiático foi “Vingadores: Ultimato”, em 2019. A restrição aos filmes do estúdio custou milhões de dólares à Disney, que comprou a Marvel em 2009. Isso porque a China é considerada o segundo mercado cinematográfico mais importante do mundo atualmente.
Para serem exibidas, produções internacionais precisam da aprovação da Administração de Filmes, órgão ligado ao departamento de propaganda do Partido Comunista Chinês, que controla o país asiático.
Longas estrangeiros são banidos com frequência sob justificativa de proteger a indústria cinematográfica chinesa. No entanto, o órgão de censura jamais explicou por que decidiu rejeitar os filmes da Marvel.
Lésbicas e Estátua da Liberdade
Analistas consultados pelo jornal inglês The Guardian especulam que a proibição pode ter ocorrido em razão da presença de personagens LGBTQIA+ nos filmes e de símbolos que representam o patriotismo americano.
No lançamento de “Doutor Estranho no multiverso da loucura”, a China supostamente se recusou a exibi-lo por causa de duas personagens lésbicas.
Já “Homem-Aranha: Sem volta para casa” foi banido depois que a Sony, distribuidora do filme, se recusou a retirar a Estátua da Liberdade de uma cena. O órgão de censura fez o pedido por considerar a imagem “patriótica demais”.
Os Estados Unidos tentam conter o crescimento chinês por entender que o país asiático representa a principal ameaça à sua hegemonia. A tensão entre as duas nações também é apontada como um dos motivos do banimento.
Outra hipótese diz respeito à contratação de Chloé Zhao para dirigir “Eternos”, lançado em 2021. A cineasta de origem chinesa fez críticas à sua terra natal.
O fim da censura aos filmes da Marvel ocorre quase três meses depois de o líder da China, Xi Jinping, ter afirmado estar disposto a cooperar com os Estados Unidos em iniciativas de benefício mútuo, sinalizando a aproximação entre os dois países.
A guerra das telas
Em 2020 e 2021, a China ultrapassou os Estados Unidos como a maior bilheteria de cinema do mundo. Naquele período da pandemia, enquanto nos EUA espectadores não haviam retornado às salas de exibição, na China a frequência aumentou.
Nas últimas duas décadas, a indústria cinematográfica americana se apoiou cada vez mais no mercado chinês para crescer. Inclusive, produtoras costumam cortar cenas que podem desagradar à censura chinesa.
Por sua vez, o país asiático traçou estratégias para vencer Hollywood. Estúdios procuram lançar filmes melhores dos mais variados gêneros.
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