Vinte e um anos depois de lançar “Memórias póstumas de Teresa de Jesus”, Martinho da Vila reescreve e atualiza a obra, agora com o título de “Memórias de Teresa de Jesus” (Editora Malê), que ganha lançamento nesta segunda-feira (6/2). “Resolvi reescrever o livro porque já se passaram duas décadas e, neste período, houve mudanças na história da família. Nasceram pessoas, morreram outras”, explica o autor O clássico “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, inspirou Martinho. Entretanto, as memórias de Teresa de Jesus são histórias reais da família Ferreira contadas pela mãe do artista e o músico presenciou ou vivenciou muitos dos fatos narrados.
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As memórias de Teresa ganham um caráter coletivo, já que é possível contar o Brasil por meio das histórias das famílias negras. “Há muitos Martinhos pelo Brasil que não tiveram as portas abertas, as oportunidades que eu tive para escrever, contar histórias”, declara. Quando Martinho nasceu na fazendinha Cedro Grande, em Duas Barras (RJ), onde seus pais trabalhavam, a família recebeu muitas visitas, entre as quais um vereador e o padre da cidade. Dona Joana, comadre de Teresa e que fez o parto de Martinho, logo percebeu que a criança era especial e anunciou que teria sorte e seria “alguém na vida”. Por isso que, no livro, Teresa de Jesus – que era católica – revela que Martinho é protegido por Oxalá. “Sou mesmo uma pessoa de muita sorte, nasci no interior, morei em favela e consegui subir na escala social, o que é muito difícil para os negros e pobres de uma maneira geral.”
Memórias de Teresa de Jesus
• De Martinho da Vila
• Editora Malê
• 188 páginas
• Preço sugerido: 54,90
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