SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cineasta espanhol Carlos Saura morreu nesta sexta-feira (10) aos 91 anos. Saura é considerado um dos diretores clássicos da Espanha e foi uma referência para o cinema de autor europeu. Em 1960, ganhou visibilidade ao criticar o regime de Francisco Franco, líder fascista espanhol. O artista receberia um prêmio Goya, o maior do cinema Espanhol, neste sábado.
"Saura, um dos cineastas fundamentais da história do cinema espanhol, morreu hoje em sua casa aos 91 anos, rodeado de seus entes queridos", publicou a Academia de Cinema da Espanha no Twitter.
Em outra publicação, a Academia disse que seu último filme, "Las Paredes Hablan" (As Paredes Falam), lançado na última sexta-feira, mostra sua atividade incansável e seu amor pelo ofício até o último momento.
Saura ficou conhecido por filmes que exploram a natureza e o drama humano. "Cría Cuervos" (1966), seu filme mais emblemático, conta a história de uma mulher que acredita que causou a morte inesperada do pai, um militar franquista, através de um poder misterioso.
Em "A Caça" (1966), veteranos da Guerra Civil Espanhola revisitam os campos onde combateram enquanto saem para caçar junto a um jovem. A violência do passado retorna ao presente, para o temor dos coelhos e do jovem. Já "Peppermint Frappé" (1967) conta a história de um médico obcecado que tenta converter sua enfermeira em uma réplica da mulher de seu amigo.
Saura também amava os musicais e dirigiu filmes como "Bodas de Sangue" (1981) "El rey de todo el mundo" (2021), passeando por diferentes ritmos latinos.