Foliões desfilam no bloco Todo Mundo Cabe no Mundo em 2020

Desfile do Todo Mundo Cabe no Mundo em 2020. Bateria é aberta a quem quiser participar, segundo seu fundador

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press


É em clima de união para celebrar a diversidade que o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, idealizado pelo artista visual Marcelo Xavier, faz seu ensaio aberto neste domingo (12/2), na Praça da Liberdade, em frente ao Memorial Minas Gerais Vale.

Criado em 2016, a partir da campanha Preconceito Zero, surgida em 2012, o bloco foi crescendo aos poucos, até ganhar bastante adesão nos últimos anos antes da pandemia. 

“Tudo começou com a campanha, na qual o slogan era Todo mundo cabe no mundo”, lembra Marcelo. “Eu e mais um grupo de pessoas dos mais diversos segmentos profissionais nos reunimos durante um ano para criar esse movimento de inclusão social, que deu muito certo”, comenta o artista.

A ideia de montar um bloco, contudo, não passava pela cabeça de ninguém. A possibilidade só foi aventada quatro anos depois, num café descontraído entre Marcelo e o genro. “Por que você não monta um bloco de carnaval? Eu te ajudaria a correr atrás de tudo o que fosse necessário”, provocou o genro.

Marcelo pensou um pouco e só aceitou com uma condição: “Desde que seja o bloco do Todo Mundo Cabe no Mundo, porque eu já tenho a marca e quero defender essa bandeira da luta contra o preconceito”. Assim surgiu o bloco, inicialmente com a adesão limitada a amigos e conhecidos do artista.

GRATIFICANTE 
“Uma vez, um casal do Rio Grande Norte estava desfilando com a gente. Eles gostaram tanto da ideia que, na hora de ir embora, chegaram para mim e disseram que iriam montar o Todo Mundo Cabe no Mundo lá em Natal. Isso é muito mais gratificante do que qualquer dinheiro que eu ganhasse com o bloco”, conta.

Com o bloco ganhando cada vez mais força e maior visibilidade, aumentou em Marcelo o senso de responsabilidade com a bandeira levantada pelo grupo contra o preconceito. Por isso há maior preocupação em acolher todas as pessoas com qualquer tipo de limitação, não apenas como foliões, mas em todas as esferas do bloco.

“Nossa bateria, por exemplo, é aberta. Temos uma base de ritmistas mais profissionais, mas o restante é para qualquer pessoa que quiser tocar”, destaca Marcelo.

Diferentemente da grande maioria dos blocos, o Todo Mundo Cabe no Mundo não vai homenagear ninguém neste ano. “Nosso enredo continua o mesmo, porque é um enredo que ainda é muito atual. Ele está muito forte. Então a gente pensa em seguir nesse caminho mesmo.”

TODO MUNDO CABE NO MUNDO
• Ensaio aberto do bloco neste domingo (12/2), a partir das 10h, na Praça da Liberdade, em frente ao Memorial Minas Gerais Vale. Entrada franca