Tom Cruise fez jus à sua fama de "última verdadeira estrela do cinema" durante o almoço anual da Academia, que reuniu os quase 200 indicados ao Oscar na segunda-feira em Los Angeles.
Em um salão repleto de astros do porte de Steven Spielberg e Cate Blanchett, não havia dúvida de que Cruise era a maior atração: vários fãs, de executivos de Hollywood até a vencedora do Nobel da Paz, Malala Yousafzai, formaram uma fila para falar com o ator durante todo o o evento.
Cruise está indicado ao Oscar de 2023 como produtor de "Top Gun: Maverick", do qual também é protagonista. Alguns analistas consideram que o longa-metragem tem grandes chances de vencer na categoria de melhor filme.
"Tem sido incrível (...) eu só quero levar as pessoas aos cinemas", disse Cruise à AFP.
"Mas isto é adorável", admitiu, apontando para o salão onde o evento aconteceu em Beverly Hills, lotado com indicados ao Oscar e eleitores da Academia.
A 95ª edição do Oscar acontecerá em 12 de março. E este ano, vários sucessos de bilheteria receberam indicações, incluindo como "Maverick", "Avatar: O Caminho da Água" e "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", o que gera a esperança de aumento da audiência da cerimônia na televisão.
"Os deuses dos prêmios sorriram para nós. Não há nada que possamos fazer sobre isso", brincou Glenn Weiss, que retorna ao posto de produtor da cerimônia de transmissão do Oscar.
Durante o discurso no almoço, a presidente da Academia, Janet Yang, também reiterou o desejo de deixar para trás a polêmica "sem precedentes" do ano passado, quando Will Smith deu um tapa em Chris Rock no palco da cerimônia, antes de ser expulso da Academia.
"O que aconteceu no palco foi totalmente inaceitável. E a resposta da nossa organização foi inadequada", disse.
Smith foi autorizado a permanecer no Oscar e aceitar seu prêmio de melhor ator depois da agressão a Rock. Apenas mais tarde ele foi proibido de comparecer à cerimônia da Academia durante uma década.
A Academia deve atuar com "compaixão e de maneira decisiva" em momentos de crise, afirmou Yang, entre aplausos.
Após o almoço, os nomes dos 182 indicados foram lidos, além dos diretores que representam seus países na categoria de melhor filme internacional.
O filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" recebeu o maior número de indicações, 11, e o elenco da produção foi muito aplaudido na segunda-feira.
Colin Farrell e Austin Butler, indicados na categoria de melhor ator por "Os Banshees de Inisherin" e "Elvis", também foram muito aplaudidos.
- Sonho americano -
Uma ausência notável no almoço foi a de Andrea Riseborough. A indicação da britânica ao prêmio de melhor atriz (pelo filme "To Leslie") provocou polêmica após uma intensa campanha de última hora nas redes sociais organizada por várias celebridades.
Entre os indicados presentes estava o escritor Kazuo Ishiguro, indicado pelo roteiro adaptado do drama britânico "Living", pouco mais de cinco anos de receber o Nobel de Literatura.
"Isto é muito diferente... É como uma versão do sonho americano. Tantas pessoas sonham em estar aqui", disse.
"O Oscar parece mais com uma eleição: há muito mais campanha" do que para outros prêmios famosos, acrescentou.
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2012, compareceu ao evento na qualidade de produtora executiva de "Stranger at the Gate", um documentário curta-metragem sobre um marine veterano dos Estados Unidos que conspirou para explodir uma mesquita em sua cidade natal.
"É surreal", declarou à AFP depois de conhecer Tom Cruise. "Eu o vi na tela e agora estou vendo pessoalmente".