Músico Rafael Neiva olha para a câmera com o violão à frente de seu rosto

Rafael Neiva diz que seu álbum de estreia é psicodélico, retrô e "bem vintage"

Andreza Sena/divulgação


Com sua “Coletânea da década”, o cantor e compositor brasiliense Rafael Neiva estreia no streaming, mandando nove faixas autorais para as plataformas. O trabalho expressa o “completo fascínio e devoção” – palavras dele – pelo Clube da Esquina. “BH seria o lugar ideal para produzir meu álbum de estreia”, diz.
 
A faixa de trabalho “O louco” traz várias influências. “Esse reggae inusitado desemboca num eletrizante e dançante gipsy jazz, contando a saga de um homem que se descobre infeliz, retirante de sua feliz loucura”, comenta Neiva.
 

O folk “E aí?” homenageia Rita Lee, enquanto a balada “Chuva” traz “dedilhado no melhor estilo Bob Dylan, nos tempos voz e violão do poeta norte-americano”, afirma.

 

Outras faixas são a divertida “Coração psicodélico”, o funk “Amanhã”, o mantra “Ori Kangha” e a balada blues “D’Lua”. O álbum é encerrado com o rock “1969”, composto por Rafael Neiva em Los Angeles, cidade onde ele morou e concluiu sua formação musical.

Viagem ao passado

A psicodelia marca a sonoridade do álbum, produzido pelo português JN Tavares. “Ele recriou meticulosamente a década de 60, das técnicas de produção ao equipamento, passando pela mixagem quente em fita. É uma viagem a um passado mais atual que nunca”, garante Neiva.
 
“Fiz uma parada séria neste álbum, pois sou completamente maluco pelos anos 60. Eu, o produtor e os músicos entramos para o estúdio e nosso grande lance foi brincar que tínhamos acabado de chegar da década de 60 para gravar o disco.”
 
Nenhum efeito inventado depois da década de 1970 entrou no álbum de Rafael. “A mixagem foi diferente, mais próxima do mono, com som mais sujo, bem sessentista. Vou fazer um clipe legal de ‘O louco’, que não cheguei a lançar como single. Quero lançá-lo em abril ou maio”, informa.
 
O projeto é “retrô e bem vintage”, define o cantor e compositor. Cada canção ganhou ilustração feita por ele, que também é desenhista. “A capa foi criada por um ilustrador do Sul, o Pedro Corrêa”, diz.

Pandemia impôs adiamento

Gravado em 2019, o álbum ficou pronto em fevereiro de 2020, às vésperas da chegada da COVID-19.“Tive de adiar o lançamento. Mudei-me de Brasília para BH em janeiro de 2020 para fazer o disco, mas aí entrou a pandemia. Lancei o primeiro single, ‘E aí?’, em setembro de 2022. Em outubro, veio ‘D’Lua’; em novembro, ‘Chuva’; e em dezembro, ‘1969’. Só agora estou lançando o disco cheio.”
 
Neiva fez versões acústicas de algumas canções, sem participação da banda, e mandou para o YouTube. “São vídeos bem bacanas. Neste primeiro momento, estou lançando apenas a versão digital, pois a física ficou inviável para o artista”, explica. “Ficou complicado até para guardar CDs em casa. A depender do que acontecerá, pretendo fazer uma tiragem de LPs.”
 
No repertório, o brasiliense contou com as parcerias de Bruno Gomes (em “D’Lua”) e Rodrigo Peixoto (“1969” e “Ori-Kangha”).
 
Depois do carnaval, ele planeja fazer shows para divulgar o disco. Anuncia também o lançamento de quatro singles, uma prévia do segundo álbum, previsto para este ano.
 
Em “Coletânea da década”, Neiva toca guitarra, violão de 12 cordas e cítara, além de se encarregar dos vocais. Participaram das gravações o baixista Rafael Elói e o baterista Pezão. O registro ocorreu no estúdio Lightz, em Nova Lima.
 
Capa do disco Coletânea da década tem desenho de mulher e flores no estilo psicodélico

Capa criada por Pedro Corrêa destaca elementos visuais que marcaram os anos 1960

Reprodução
 

"COLETÂNEA DA DÉCADA"

Álbum de Rafael Neiva
Nove faixas
Disponível nas plataformas digitais