Contando com a presença de Thiago Delegado, Marcos Frederico e Telo Borges, entre outras atrações, o projeto Centenas e Dezenas por Márcio Borges – Carnaval 2023 atraiu gente de todo o país ao Bar do Museu Clube da Esquina, em Santa Tereza.
Compositor e “sócio-fundador” do Clube, Márcio promoveu cantoria com marchinhas de carnaval e sucessos do movimento criado nos anos 1970 por ele, Milton Nascimento, Fernando Brant, Lô Borges e Ronaldo Bastos, entre outros. Tudo entremeado por divertidos bate-papos.
Delegado e Marcos Frederico falaram sobre a folia de BH e a importância das marchinhas. No domingo, Telo Borges, irmão de Márcio, encerrou o evento apresentando clássicos do Clube.
“Fizemos uma programação bem solta. O Thiago Delegado fez um apanhado da história recente do carnaval belo-horizontino e da situação política brasileira e mineira, que se refletiu nos concursos de marchinhas. As letras são muito críticas”, diz Márcio. “Thiago cantava e a galera também. Ríamos demais das letras.”
Bloco da Esquina
Na apresentação com Marcos Frederico, Borges lembrou o amigo Fernando Brant (1946-2015). Os irmãos Telo e Márcio, de certa forma, “fecharam” o desfile do Bloco da Esquina no domingo, que contou com 80 músicos cantando músicas do Clube em ritmo de carnaval. O público no Bar do Museu foi uma surpresa para Márcio.
“Tinha gente de Natal, São Paulo, Recife, Salvador e do interior de Minas, do Brasil inteiro, o que deu um colorido especial, engraçado e muito gostoso. A galera veio exclusivamente para o Bar do Clube da Esquina. Eles saíram do ambiente do carnaval para nos ver, foi muito legal.”
O compositor se emocionou com a plateia de pé, cantando sucessos do Clube da Esquina ao lado dele e de Telo. “Contei a história de música por música, de como conheci o Bituca e começamos a compor. Homenageamos o Fernando Brant. Li um poema para ele, cantamos ‘Para Lennon e McCartney’ e ‘Travessia’”, diz.
Thiago Delegado fala da alegria de dividir o palco com Márcio: “Fui mostrando para ele um pouco das marchinhas, da produção autoral. Como um dos maiores compositores da música brasileira, Márcio, com sua perspicácia, foi pontuando sobre a visão atual das marchinhas, de como é dado esse sarcasmo, a sacanagem”, diz.
“Costumo dizer que marchinhas são o documento daquilo que vivemos nos últimos tempos. No caso, um documento autoral de tudo o que passamos em BH desde 2011, 2012”, afirma Thiago.
Marcos Frederico gostou da experiência. “Montei repertório praticamente, autoral. Tocamos clássicos como ‘Cachaça’ (Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato) e ‘Abre alas’, de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), a primeira de todas as marchinhas. Ela fez para o Rosa de Ouro, um cordão carnavalesco, isso em 1899.”
Concurso de marchinhas Mestre Jonas
O evento também destacou a importância do Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, realizado em BH, que, infelizmente, não ocorreu este ano. “Foi muito divertido, com a gente arrancando gargalhadas da plateia e do próprio Marcinho com as letras que ele não conhecia. Acabamos criando um show de causos, dá para fazê-lo de agora em diante”, garante Marcos.
Telo Borges lembra que o projeto é fruto da parceria da Belotur com o Bar do Museu Clube da Esquina. Ele e Márcio mostraram parcerias, como “Voa bicho”, que faz parte da trilha da novela “Chocolate com pimenta”, reexibida agora pela Globo, e “Vento de maio”, a canção mais conhecida da dupla.
Sign in with Google
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Estado de Minas.
Leia 0 comentários
*Para comentar, faça seu login ou assine