Em Los Angeles, um grupo de aspirantes a atores e roteiristas, enquanto espera sua grande chance em Hollywood, paga suas contas trabalhando em um bufê. Esta é a essência da comédia “Party down”, que teve duas temporadas, em 2009 e 2010. Produzida e exibida pelo então canal pago Starz, foi cancelada quando a emissora sofreu uma mudança de direção. Mas a vontade da equipe de seguir com o projeto permaneceu por mais de uma década.
Leia mais
“Nunca perdemos o contato; ao longo dos anos, sempre tínhamos novas ideias. Batemos à porta durante um bom tempo, até que ela, finalmente, se abriu”, afirma John Enbom, criador da série. “Party down” está de volta, agora pelo streaming – sua terceira temporada estreia nesta sexta (24/2), no Lionsgate+, com seis episódios semanais.E com praticamente todo o elenco original. Estão lá Adam Scott (Henry Pollard), Jane Lynch (Constance Carmell), Ken Marino (Ron Donald), Megan Mullaly (Lydia Dunfree), Ryan Hansen (Kyle Bradway) e Martin Starr (Roman DeBeers). Do elenco principal, somente Lizzy Caplan ficou de fora, por já ter outros compromissos. Teve uma substituta à altura: Jennifer Garner, que interpreta Evie Adler.
Desafio
A dinâmica de “Party down” é simples: cada episódio é centrado numa festa em cujo bufê (que leva o nome da série), comandado pelo personagem de Marino, este grupo diverso trabalha. “Um dos desafios da nova temporada foi como recomeçá-la. Não queríamos que, depois de 12 anos, os personagens estivessem no mesmo lugar”, diz Enbom.No início da temporada, vemos os personagens também se reencontrando. Passada uma década, alguns se deram bem e outros, mal. Kyle Bradway finalmente chegou lá. Está estrelando um filme de super-herói. E é na festa de lançamento do longa que eles se veem outra vez.
Ron continua com o bufê, e, da turma antiga, somente Roman, que não conseguiu encontrar seu lugar ao sol, segue trabalhando como garçom. Na festa, eles descobrem que Henry é também da turma dos fracassados – é professor de ensino fundamental e está sofrendo para pagar a pensão para a ex-mulher. Lydia e Constance seguiram na carreira artística – e tanto Mullally quanto Lynch aparecem em somente alguns episódios.
Mas as redes sociais, que Roman definitivamente não domina, acabam colocando o ator em maus lençóis. Cancelado, ele tem que recomeçar, mais uma vez como garçom. Isto acontece a partir do segundo episódio. Há um hiato temporal entre o piloto e os demais capítulos. Na história, a pandemia acaba por encerrar com qualquer possibilidade de carreira – na frente das câmeras ou atrás de uma bandeja.
A série continua com festas temáticas: há um evento nazista (lógico que a turma só descobre onde foi parar quando já está trabalhando), uma em Malibu, um baile de formatura e uma festa de aniversário de um ricaço (interpretado por James Marsden).
“O primeiro episódio foi uma festa de verdade, meio surreal, já que não nos víamos havia muito tempo”, conta Ryan Hansen. Para Martin Starr, ainda que “Party down” mantenha o mesmo DNA, houve uma evolução. “Todos os personagens, com seus altos e baixos, têm seus próprios arcos, o que acrescentou outro nível de complexidade na série. Isto não havia nas duas primeiras temporadas.”
Para Starr, piadas que as temporadas originais fizeram não seriam “tão bem recebidas” nos dias de hoje. “Há sempre um risco ao se fazer comédia, mas espero que não ofendamos muita gente agora”, brinca ele, acrescentando que acredita que o streaming, que não existia há 13 anos, “é o meio ideal” para este retorno.
Enbom diz que está pronto para que a série vingue e ganhe um quarto ano. “Antes era mais simples, pois tínhamos um elenco menor, menos dinheiro e todo mundo estava disponível. Agora tivemos que fazer um arranjo para que as agendas batessem. Mas o mais legal de tudo é que, depois de tanto tempo, a série continua viva, as pessoas ainda assistem.”
“PARTY DOWN”
• A terceira temporada, com seis episódios, estreia nesta sexta (24/2), no Lionsgate . Um novo episódio a cada sexta-feira. Temporadas anteriores disponíveis na plataforma.