Solimões e Gabeu

Solimões e Gabeu falam abertamente sobre a relação entre pai e filho e os desafios que enfrentaram pela sexualidade do cantor de queernejo

Reprodução / Instagram/ Gabeu

O cantor percusor do queernejo Gabeu respondeu o vídeo do pai, o sertanejo Solimões, da dupla com Rionegro. Nas imagens, que circulam nas redes sociais, o veterano contou como foi o processo da aceitação da sexualidade do filho, quando ele ainda era criança. Mas, segundo Gabeu, as brigas familiares ocorrem por outro motivo.

“Não me trata diferente por ser gay, mas se eu errar um verso de alguma do Milionário e José Rico eu sou expulso de casa”, publicou o jovem no Twitter, divertindo os fãs. “Seu pai é um ‘fado sensato’”, comentou uma fã. 


Gabeu, que já revelou que teve apoio do pai para se lançar na carreira musical, ainda fez uma outra brincadeira. “Pensa só nele assistindo meu clipe”, postou, junto com um trecho de seu clipe “Lance aberto”.

 

Nas imagens de seu último trabalho, ele troca carícias em cenas sensuais com outros homens. 

 

‘Descobri quando ele tinha 8 anos’

O vídeo de Solimões foi retirado de uma conversa com o jornalista André Piunti, em maio de 2022. O trecho foi resgatado por uma página do Twitter nessa terça-feira (14/3) e ganhou muita repercussão.


“Na realidade, ele é meu filho. Eu sou pai. Não trato ele diferente de ninguém”, afirmou o sertanejo. Solimões conta que, desde que o filho tinha 8 anos, ele já sabia que Gabeu era gay. “Para que eu vou querer mudar isso?”


A dupla de Rionegro também lembrou que, na infância, tentou fazer Gabeu brincar com brinquedos considerados de menino, enquanto o garoto preferia bonecas. “Quando ele tinha 1 ano, 2 anos, ele ficava com a boneca debaixo do braço e eu falava ‘opa, isso é coisa de mulher’. Fiz estradinha na roça para ele. E, quando vi, ele estava brincando de carrinho com a bonequinha embaixo do braço”, relembrou.

Gabeu e ‘queernejo’

No ano passado, Gabeu recebeu sua primeira indicação ao Grammy Latino com o álbum ‘Agropoc’ (2021) na categoria “Melhor álbum de música sertaneja”. O artista é um dos precursores do ‘queernejo’, movimento musical de artistas LGBTQIAP+ que cantam sertanejo, gênero predominantemente heteronormativo e masculino.



Ele concorreu com Chitãozinho & Xororó (Chitãozinho & Xororó Legado), Matheus & Kauan (Expectativa X Realidade), Marília Mendonça e Maiara & Maraísa (Patroas 35%), Lauana Prado (Natural). E, apesar de não ter levado o prêmio para a casa (os vencedores foram os irmãos Chitãozinho & Xororó), Gabeu considerou a indicação uma vitória do queernejo. “Eleva para um nível em que as pessoas possam levar a sério”, comentou. 

 

“Tem muita gente que leva como ‘paródia’ ou ‘engraçadinho’. Eu vi que muita gente achava que eu era um personagem. Tem coisa engraçada, é pra gente rir. Mas também há uma coisa muito séria, que é a diversidade no sertanejo”, afirmou.