O músico Canisso, baixista dos Raimundos, morreu de infarto, informou a produção da banda nesta quinta-feira (16/3). O velório ocorreu na quarta-feira (15/3), em Barueri, em São Paulo.
De acordo com produtores dos Raimundos, Canisso teve um infarto, caiu na cozinha de sua casa e foi levado ao hospital, onde morreu às 11h30 de segunda-feira (13/3). No ano passado, ele chegou a fazer algumas cirurgias, mas nenhuma relacionada ao coração.
José Henrique Campos Pereira, o Canisso, tinha 57 anos e tocava baixo nos Raimundos, uma das grandes bandas do rock do país, criada no começo dos anos 1990. O grupo emplacou diversos sucessos, entre eles "Puteiro em João Pessoa (Roda viva)", "Eu quero ver o oco" e "Mulher de fases" — esta, com letra inspirada no relacionamento do baixista com a mulher, Adriana Vilhena, mãe de seus quatro filhos.
Canisso participou de todos os álbuns do grupo, incluindo os mais conhecidos, "Lavô tá novo", de 1995, "Cesta básica", de 1996, o mais vendido de todos, "Só no forevis", de 1999, "Lapadas do povo", de 1997, e "MTV ao vivo", de 2000.
Também tocou nos discos lançados após a saída do vocalista Rodolfo —"Éramos 4", de 2001, com covers de Ramones, "Kavookavala", de 2002, e "Cantigas de roda", de 2014, além do "Acústico", de 2017.
• Leia também: Samuel Rosa fala do fim do Skank e diz que não quer ser cover de si mesmo
Punk, hardcore e forró
Os Raimundos ficaram conhecidos pela sonoridade roqueira pesada, de punk e hardcore, misturada com elementos da música brasileira, em especial o forró, e letras cheias de sacanagem e deboche.
Canisso chegou a sair dos Raimundos em 2002, mas retornou ao grupo em 2007. Entre 2002 e 2004, ele tocou nos discos lançados pelo Rodox, banda formada por Rodolfo depois de deixar o quarteto hardcore.
Rodolfo se pronunciou sobre a morte de Canisso nas redes sociais. "Tive em contato com esposa dele e só chorava com ela. Canisso ocupou um lugar muito importante na minha adolescência, foi como irmão mais velho. Por ser bem mais velho me deu atenção de amigo", postou o vocalista.
O guitarrista e vocalista Digão também falou sobre a morte do baixista. "A gente ria, brigava, zoava, ralava, perdia, vencia e sempre na luta. Milhões de histórias e piadas que ficarão sem o seu melhor contador. Está muito difícil escrever e descrever", postou o músico nas redes.