Oficialmente inscrito na disputa pela cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, o jornalista e diretor de TV e teatro James Akel, 69, diz não temer "de jeito nenhum" o favoritismo do cartunista Mauricio de Sousa na corrida pela vaga. "Já soube que o grande cabo eleitoral dele é a Fernanda Montenegro e, mesmo assim, estou animado", afirma.
Na carta em que oficializou sua candidatura, o criador da Turma da Mônica disse que gostaria de formar novos leitores e aproximar a sociedade dos clássicos da literatura por meio dos quadrinhos.
"Nada a ver", critica Akel. "Isso seria o fim da literatura escrita nos livros", afirma o jornalista, que tem passagens pela Band, Record e SBT e dirigiu peças como "República das Calcinhas" e "Democracia Sem Vergonha".
Akel se diz fã de Mauricio, mas, "com todo o respeito", considera-se mais preparado para a vaga. Ele tem como principal bandeira a realização de uma feira itinerante de livros que percorra o Brasil inteiro, com edições a preços populares. "A ABL tem que sair do seu castelo, deixar de intimidar as pessoas e ir aonde o povo está. "
O jornalista parece subestimar as chances do filólogo Ricardo Cavaliere, outro concorrente à vaga, aberta com a morte de Cleonice Berardinelli, 106, em fevereiro passado. Não deveria. A disputa, segundo a reportagem apurou, está polarizada entre Mauricio e Cavaliere. Akel não teria chances nesta eleição, que acontece no dia 27 de abril.