A família de Bruce Willis, de 68 anos, compartilhou em suas redes sociais que o quadro de afasia do ator progrediu para demência frontotemporal. Com dificuldades de compreensão e produção da fala, o astro de filmes como "O sexto sentido", "Pulp Fiction" e "Duro de matar", e de séries de TV como "A gata e o rato" se aposentou em março de 2022.

 

Afasia

 

Em 2022, Bruce Willis havia recebido o diagnóstico de afasia, disfunção que impede a comunicação adequada. Geralmente causada por acidentes vasculares cerebrais, tumores ou traumatismos crânio-encefálicos, a doença está associada à dificuldade na fala e à compreensão escrita, sonora e visual.

 

No último dia 16 de fevereiro, a esposa do ator, Emma Heming Willis, comunicou em um post de seu Instagram que “desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce na primavera de 2022, sua condição progrediu e agora temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal”. 

 

A modelo também escreveu: “Infelizmente, os problemas de comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce enfrenta. Embora isso seja doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico correto.” 

 

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Demência frontotemporal

 

A demência frontotemporal, abreviada como DFT, é uma doença neurodegenerativa grave, que afeta a personalidade e o comportamento. Normalmente diagnosticada na meia-idade, é um conjunto de distúrbios primários de linguagem, em que os lobos fronto-temporais do cérebro atrofiam, causando a perda progressiva da compreensão, irritabilidade elevada e desinibição.

 

Sintomas

 

Na fala, atrapalha a articulação de vogais e produção de fonemas (um dos primeiros sintomas aparentes em Bruce Willis), compromete a memória e resulta em desorientação. Os diagnosticados com DFT tendem a abandonar as atividades sociais e a negligenciar os autocuidados.

 

Dependendo das áreas dos lobos afetadas, os sintomas da demência podem passar despercebidos pela pessoa, ou pela família, que geralmente é a primeira a questionar os comportamentos. 

 

A mudança na personalidade, muitas vezes drástica, se agrava com os anos, e as pessoas afetadas pela doença criam compulsões, impulsividades e desinteresses que não possuíam antes. 

 

Diagnóstico

 

A DFT deve ser diagnosticada por neurologistas. Após avaliação médica, os pacientes passam por baterias de exames, como tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e testes neuropsicológicos.

 

O diagnóstico ocorre após a identificação do encolhimento de certas partes do cérebro. Nas fases iniciais, esses sintomas podem não ser muito aparentes, então a tomografia por emissão de próton único é a responsável por identificar a progressão da doença.

 

O teste por perfusão também é uma alternativa, avaliando o fluxo sanguíneo e o funcionamento cerebral, o exame determina se o sangue chega a determinadas áreas do órgão e, consequentemente, se há a perda de neurônios nessas regiões.

 

Tratamento

 

Assim como outras doenças neurodegenerativas, a demência frontotemporal não tem cura. Contudo, isso não significa que tratamentos para melhorar a qualidade de vida de seus portadores não existam. Terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia são alternativas para diminuir a irritabilidade, a desinibição, a perda de memória e a dificuldade na articulação da fala.

 

Diferentemente do Alzheimer, a DFT não tem tratamento específico, ou seja, as medidas de apoio são alternativas na luta contra a progressão dos sintomas. Os medicamentos antipsicóticos podem controlar a compulsividade, e os antidepressivos levam serotonina ao cérebro, auxiliam o funcionamento dos lobos frontais, diminuem a desorientação e podem também tratar comportamentos relacionados à depressão.

 

A demência frontotemporal tem caráter hereditário e os filhos dos diagnosticados com a doença têm chances de manifestar seus sintomas dos 45 ao 65 anos de idade. Alguns hábitos são essenciais para a prevenção das demências: fazer exercícios físicos, manter uma boa alimentação e ter contato social são práticas que preservam a saúde física e mental.

 

É necessário que a família ofereça um ambiente seguro e estável para os indivíduos que manifestem os sintomas. Rotinas ajudam as pessoas com DFT a seguirem uma orientação e ambiente estimulantes, não em excesso, podem ser a chave para uma vida tranquila e adaptada à doença.  

 

Bruce Willis ao centro com fundo desfocado

Bruce Willis se aposentou em março de 2022 por dificuldades de compreensão e produção da fala

Tolga Akmen/AFP
 

 

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Aposentadoria 

Segundo o jornal norte americano "Los Angeles Times", os parceiros de set já desconfiavam das dificuldades de compreensão do ator. Em 2020, Willis teve suas falas reduzidas pelo diretor Mike Burns no filme “Fuga da morte”, para que não protagonizasse takes longos e monólogos.

 

Conhecido por suas cenas de ação, o astro de “Pulp fiction” já não conseguia mais gravá-las. Dublês foram necessários para a conclusão das filmagens de seus últimos longas, e pontos eletrônicos eram auxílio enquanto encenava suas falas.

 

A progressão do quadro fez com que, em março de 2022, sua família anunciasse a aposentadoria. No instagram, a filha Rumer Willis escreveu: “Bruce está se afastando da carreira que significou tanto para ele… Estamos passando por isso tudo juntos e queríamos compartilhar com os fãs, porque sabemos o quanto ele significa para vocês, assim como vocês também significam para ele”.

 

“Detetive Knight: Independence” é seu trabalho mais recente, lançado em janeiro de 2023, sendo a terceira parte da trilogia de suspense que leva o nome da franquia. O último filme da carreira de Bruce Willis será “Assassin”, que tem estreia prevista para o próximo dia 31/3 nos Estados Unidos.

 

Confira o trailer: