Em matéria de séries dramáticas com um pendor para o terror e o suspense, não há melhor termômetro do que o Twitter de Stephen King, o mestre. Pois sobre “Yellowjackets” ele escreveu: “Uma ótima história de sobrevivência, de mistério e tem seu quinhão de momentos horríveis. O que também tem – muitos programas atuais não têm – é uma caracterização nítida e um senso de humor mordaz”.
Como discordar? A segunda temporada da série do Showtime, que chega nesta sexta (24/3) ao Paramount+, pretende continuar na mesma levada. Com o terceiro ano já confirmado, “Yellowjackets” é ambientada em dois momentos – o passado, em 1996, e o presente, 25 anos mais tarde. Sensação em sua temporada inicial, a série foi indicada, em 2022, a sete Emmys.
Yellowjackets é um time de futebol feminino de uma escola de Nova Jérsei que sofre um acidente aéreo quando iria disputar um campeonato em Seattle. Os sobreviventes passaram 19 meses num lugar remoto, gelado. Até canibalismo rola entre o grupo, que entra numa dinâmica muito particular, com lances sobrenaturais, para tentar sobreviver.
Traumas
Nos dias atuais, as mesmas pessoas tentam lidar com os traumas do acidente. A narrativa é encabeçada pela dona de casa Shauna (Sophie Nélisse na adolescência e Melanie Lynskey na idade adulta), pela recém-eleita senadora estadual Taissa (Jasmin Savoy Brown e Tawny Cypress), pela problemática e drogadita Natalie (Sophie Thatcher e Juliette Lewis), pela mais problemática ainda Lottie (Courtney Eaton e Simone Kessell) e pela aterrorizante Misty (Sammi Hanratty e Christina Ricci).Leia também:Três irmãos se apaixonam pela mesma mulher em "O rio do desejo"
Os episódios intercalam as tramas temporais, e para o novo ano vários nós deixados no primeiro têm que ser desatados. Como são muitos personagens, demora um pouco para que a narrativa desembole. Mas a série continua mantendo o humor sombrio e uma edição rápida, ajudada por uma trilha sonora pulsante – para a nova temporada, Florence The Machine regravou “Just a girl”, sucesso do No Doubt de 25 anos atrás.
Neste retorno, a história encontra as jovens ainda tendo que lidar com a morte de Jackie (Ella Purnell). Já na idade adulta, no primeiro episódio quem se destaca é Shauna. A apática dona de casa suburbana se reconecta com o marido, Jeff (Warren Kole), da maneira mais surreal possível: tentando esconder da polícia e da própria filha o assassinato do amante. É tão bizarro que consegue fazer rir.
Misty é a grande vilã da história. Nos novos episódios, terá que lidar com a chegada de outro personagem, o “cidadão-detetive” Walter, que marca a entrada de Elijah Wood na série. A história vai se tornar cada vez mais chocante.
“Yellowjackets” tem alguns apelos. No passado, é uma série adolescente sobre amadurecimento, só que em meio a circunstâncias para lá de bizarras.
No presente, capitaneadas pelas interpretações de Melanie Lynskey, Juliette Lewis e Christina Ricci, não por acaso atrizes que despontaram nos anos 1990 (e cujas intérpretes mais jovens se mostram bem alinhadas a elas), a narrativa ganha outras nuances, misturando drama e suspense psicológico com uma boa dose de ironia. Não é para todo mundo – mas quem embarcar na história vai gostar.
“YELLOWJACKETS”
• A segunda temporada, com nove episódios, estreia nesta sexta-feira (24/3), no Paramount . Novos episódios a cada sexta.
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