Parece que faz pouco tempo que subimos no palco do Aeroanta, em São Paulo, para nosso primeiro show, em junho de 1991.

O Skank não começou como banda de adolescentes que queria tocar e fazer um movimento com os amigos. Já começamos pensando em gravar nosso primeiro álbum. Estávamos em busca de realizar o nosso desejo de viver de música.





O sonho que transformamos em realidade termina hoje. Na verdade, uma parte dele, pois a nossa música continua neste louco mundo digital, onde se tem acesso a tudo.

Sinto que o fim é um novo início. Logo vem a reinvenção e o frio na barriga. A vida é uma sucessão de repetições, a que chamamos de cotidiano. Ele nos dá segurança e nos ensina a gostar mais do mesmo.

Este novo início, no qual cada um trilhará o seu caminho, é um aprendizado pelo qual vamos passar.

A mistura de sentimentos ainda ficará por um tempo.

Olhando para o passado, hoje penso que, em algumas situações, faria diferente. Mas esse é o risco de viver.
 

Henrique Portugal (à direita) com Lelo Zaneti, Samuel Rosa e Haroldo Ferretti em 2000. Naquele ano, a banda lançou o álbum 'Maquinarama', gravado no estúdio montado nos fundos da casa da mãe de Ferretti, em BH, e produzido por dois mestres: Chico Neves e Tom Capone

(foto: Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press/7/11/2000)
 

Hoje, subo no palco pela última vez com Haroldo, Lelo, Samuel e nosso empresário Fernando Furtado. Mesmo em nosso imaginário mais criativo, nunca cogitamos alcançar o que conquistamos. Mas não fizemos isso sozinhos. Sem o carinho e a ajuda do público mineiro, não chegaríamos tão longe.





Cada CD independente, cada fita cassete que saiu de Belo Horizonte para fora do estado, seja para as praias do Espírito Santo ou mesmo em casa de amigos na capital e no interior, nos deu força e músculos para irmos além.

Obrigado, em nome do Skank, pelo apoio que vocês nos deram.

Não sei se será até breve ou adeus, mas o sentimento de gratidão será eterno.
 
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