Chegando ao fim de sua passagem pelo Brasil com a turnê “Music Of The Spheres World Tour”, a banda britânica Coldplay inovou ao fazer do público uma parte do espetáculo. O grupo trouxe a experiência completa dos shows aos fãs brasileiros - o que é incomum quando se pensa nas grandes estruturas utilizadas pelos artistas fora do país - para onze shows em estádios, que tiveram todos os ingressos esgotados e reúne público de todas as idades.
O Estado de Minas esteve na penúltima apresentação do grupo, nesse domingo (26/3), diretamente do estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e detalha todo universo criado por Chris Martin (vocal), Jonny Buckland (guitarra), Guy Berryman (baixo) e Will Champion (bateria) para se apresentarem ao público.
A turnê teve origem com o lançamento do álbum “Music Of The Spheres”, divulgado em outubro de 2021. A primeira data dos shows foi em 18 de março de 2022, em Costa Rica, e se encerrará em 1° de outubro de 2023, passando por 115 shows, incluindo alguns países da América do Sul, Norte e também na Europa. Em solo brasileiro, a primeira apresentação foi diretamente no Palco Mundo do Rock in Rio, em setembro de 2022. Outras datas da banda no Brasil foram remarcadas para março deste ano, após uma infecção pulmonar do vocalista Chris Martin.
A espera valeu a pena e a banda entregou toda pirotecnia esperada e trouxe até algumas surpresas para os fãs brasileiros. As primeiras seis datas no Brasil foram todas no Estádio Morumbi, em São Paulo, entre os dias 10 e 18 de março. Com shows de abertura de Elana Dara e a banda escocesa CHVRCHES, o grupo recebeu em cada show aproximadamente 72 mil pessoas. Mesmo com problemas como as fortes chuvas que atingiram a capital paulista, Coldplay se esforçou para agradar o público brasileiro e chegou a convidar artistas brasileiros para as apresentações, como Seu Jorge e Sandy, além de ter levado a bateria da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a USP, para tocar no show.
Logo depois, eles seguiram para Curitiba, capital do Paraná, onde as responsáveis pelo show de abertura foram as mineiras Clara x Sofia - que também se apresentam no Rio de Janeiro. Nos dias 21 e 22 de março, a banda cantou seus grandes sucessos como “Paradise” e “A sky full of stars” para cerca de 40 mil pessoas.
A última cidade brasileira a receber o grupo é o Rio de Janeiro, que já teve show no sábado (25/3) e domingo (26/3), encerrará a turnê do Coldplay no Brasil nesta terça-feira (28/3).
Experiência de outro mundo
Os shows são inspirados na saga de “Star Wars” e aborda temas profundos como amor e união em metáforas sobre o universo. Para toda experiência “de outro mundo”, logo na entrada do evento o público recebe pulseiras que serão acesas conforme as músicas durante as apresentações. Vale ressaltar que a banda pede para que devolva os acessórios na saída, para reutilizarem em novas apresentações “porque são realmente muito caras”, conforme ressaltou Chris Martin em entrevista ao Vênus Podcast.
Aos arredores do Engenhão, uma grande equipe foi distribuída para tirar quaisquer dúvidas do público sobre os setores do evento, além de uma segurança reforçada. Sem muita dificuldade de encontrar os portões corretos para entrar no estádio, a fila também entrou rapidamente. Assim que recebem as pulseiras, o público já entra e se posiciona para os shows.
Se em São Paulo os fãs lidaram com as fortes chuvas, no Rio de Janeiro o calor foi o grande desafio com temperatura máxima de 33°C. A própria produção do evento distribuiu água para as pessoas que aguardavam o início dos shows e evitar quaisquer mal estar que pudesse atrapalhar a experiência.
Antes da banda subir ao palco do Engenhão, o público pôde conhecer o duo mineiro Clara x Sofia, que tem trabalhado na divulgação do primeiro álbum de estúdio, “Nada disso é pra você”. Com pouco menos de uma hora de show e a ajuda do público para brincadeiras interativas, Clara Câmpara e Sofia Lopes se emocionaram após “Quem me dera”, momento que o estádio se iluminou com as lanternas dos celulares.
“Estou muito emocionada de estar aqui hoje, a casa está cheia e é uma noite inesquecível. Viemos de Belo Horizonte e está sendo um sonho graças a vocês por ouvirem a gente, batendo palma, acendendo a luz… Esse respeito e essa troca que temos aqui é maravilhosa e vai ficar guardado com a gente para sempre”, agradece a dupla.
Logo em seguida, elas deram lugar para entrada da banda de Glásgow da Escócia. Lauren Mayberry, Iain Cook e Martin Doherty tiveram mais tempo no palco e conquistaram o público com canções com dez canções no repertório: “He said, she said”, “Forever”, “Leave a trace”, “Over”, “Bury it”, “Miracle”, “How not to drown”, “Asking for a friend”, “The mother we share” e encerraram com “Clearest blue”.
Enfim, a banda Coldplay entrou no palco por volta das 21h30 e deu início ao show de iluminação com as pulseiras distribuídas ao público. A entrada do grupo é toda transmitida pelos telões do estádio, o que só aumenta a euforia dos fãs, até que eles começam a setlist com “Higher power” e “Adventure of a lifetime”, acompanhados de um coro do público.
“Paradise”, um dos maiores sucessos da banda, conta também com bolas infláveis gigantes que são jogadas para o público se divertir e o show vira um grande espetáculo. Em “Paradise”, Chris Martin se senta no piano e aproveita o momento mais íntimo para conversar com os fãs e mostrar que tem aprendido português: “Agradecemos muito por estar aqui com vocês. Obrigado, muito obrigado, pelo esforço de estarem aqui mesmo com o calor, o trânsito e todos os outros problemas. Muito obrigado!”.
O show, então, dá continuidade com “Viva la vida”, “Hymn for the weekend”, “Let somebody go” e “Politik”, enquanto o vocalista aproveita cada centímetro do grande palco montado para chegar próximo de cada canto do estádio e se conectar com o público. Ele aproveita este momento para dançar e convidar os fãs a interagirem em alguns momentos das músicas, enquanto fogos explodem no céu.
O show de luzes emitido pelas pulseiras volta com força total ao iluminar o estádio inteiro de amarelo em “Yellow”. Ou em certos pontos que formam um coração nas arquibancadas para “Human heart”. A banda segue com “People of the pride” - com o vocalista acompanhado de uma bandeira LGBTQIA , e “Infinity sign”. Em seguida, eles deixam os vocais de lado e aproveitam a estética de outro universo enquanto toca “Something just like this” para desfilar com capacetes de alienígenas ou robôs, seguido de “Midnight”.
Talvez um dos momentos mais esperados do show se inicia em “My universe”, música que o vocalista dedica à namorada - a atriz Dakota Johnson, que está no Brasil para assistir aos shows. Logo depois, vem o momento de “A sky full of stars”, que Martin pede para que o público largue o celular de lado para viver a experiência. Então, todo estádio se ilumina enquanto o público sai do chão.
Ao final da música, muitas pessoas aproveitaram o momento para deixar o estádio e evitar tumulto. Enquanto isso, a banda dá continuidade e se encaminha para o final da apresentação “Sunrise”, “Sparks”, “Don't panic”, “In my place”, “Humankind”, “Fix you” e encerra com “Biutyful”.
Setlist
- Higher power
- Adventure of a lifetime
- Paradise
- The scientist
- Viva la vida
- Hymn for the weekend
- Let somebody go
- Politik
- Yellow
- Human heart
- People of the pride
- Infinity sign
- Something just like this
- Midnight
- My universe
- A sky full of stars
- Sunrise
- Sparks
- Don't panic
- In my place
- Humankind
- Fix you
- Biutyful
SERVIÇO
Coldplay – Music of the Spheres
Produção: Live Nation
Rio de Janeiro
Data: 28 de março de 2023 (terça-feira) – Esgotado
Horário Coldplay: 21h
Local: Estádio Nilton Santos Engenhão
Endereço: R. José dos Reis, 425 – Engenho de Dentro, Rio de Janeiro – RJ
Classificação etária: 15 anos. Menores de 05 a 14 anos, apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais.*
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