O projeto Letra em Cena dedicado a Moacyr Scliar (1937-2011) será realizado nesta terça-feira (18/4), às 19h, no Café do Centro Cultural Unimed-BH Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). As inscrições gratuitas podem ser feitas no site Sympla. Conterrâneo do autor, o também escritor gaúcho Paulo Scott vai analisar os textos de Scliar e conversar com o curador do projeto, o jornalista José Eduardo Gonçalves. Scott define a escrita de Scliar como uma “literatura eclética, de forte viés psicanalítico e contemporâneo”.
Escritor e médico, autor de mais de 80 livros, entre romances, contos, crônicas e infantis, Scliar foi o sétimo ocupante da cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro livro foi “Histórias de médico em formação”, publicado em 1962. Em 1968, publica “O carnaval dos animais”, que o autor considera de fato sua primeira obra. Seus livros abordam temas sobre a imigração judaica no Brasil (o autor era descendente de judeus), socialismo, a vida da classe média e a medicina, entre outros assuntos.
“Sua obra revela as inquietações de seu tempo sob uma lente muito atenta e sensível. Uma obra que procura romper a reificação da vida, procura enfrentar dilemas éticos a partir de narrativas que, a princípio, seriam corriqueiras”, observa Scott. Scliar colocava em suas obras questões da vida pessoal mesclando com as complexidades do país. “Um autor profundo como Scliar tende a enfrentar os próprios fantasmas, a manejar as próprias esperanças também. Com ele não foi diferente, ele trabalha muito a identidade em um país complexo como o Brasil e todas as questões relacionadas ao tema”, destaca o palestrante.
O autor teve seus livros lançados em vários países. Quando o filme “As aventuras de Pi” estreou, surgiu a polêmica de um suposto plágio do autor canadense Yann Martel da obra “Max e os felinos”, de Scliar. Scott diz que Scliar “lidou de maneira madura e solidária (com a situação), deixando claro que todas as fabulações se conectam”. Ele indica para iniciar a leitura das obras de Moacyr Scliar “O Centauro no jardim”. “Tenho um apreço especial pelo Scliar ensaísta, mas permaneço encantado pela sua ficção. Esse livro é um clássico”, declara. Mais informações: Instagram (@mtccultura).
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