“Vício inerente”, segundo disco solo da cantora mineira Marina Sena, chega às plataformas digitais nesta quinta-feira (27/4). “Você vai viciar, não tem jeito. Acho que as pessoas vão amar as músicas”, garante. A inquieta estrela do pop nacional avisa: vem novidade por aí.





Com 12 faixas, o novo trabalho é dançante, flerta com o funk e o rap, é diferente do primeiro álbum dela, “De primeira”. Traz a Marina Sena que se mudou de Minas Gerais para São Paulo, fez estrondoso sucesso nas redes sociais em 2021 e agora compõe em outra vibe.

A moça de Taiobeiras conquistou o Brasil e chamou a atenção do mundo com “Por supuesto”, canção que chegou a ficar 200 dias seguidos na lista das mais ouvidas, o que lhe rendeu o primeiro single de platina e contrato com a Sony Music.

Agora, Marina Sena explora a sensualidade – uma de suas marcas registradas – em letras que falam de outras vivências. A nova realidade, a mudança para a capital paulista se refletem em suas mais recentes composições.





Shows lotados, milhares de seguidores nas redes sociais, festivais concorridos e convites para aparecer na mídia. Tudo isso gerou uma reviravolta na vida da cantora, que se diz mais confiante para explorar as inúmeras possibilidades de produção musical ao lado de Iuri Rio Branco.

“Eu ativo um arquétipo para compor, é como se fosse personagem”, revela. Marina já lançou o single “Tudo pra amar você” neste contexto.
 
 

A nova fase e “Vício inerente” chegam com batidas eletrônicas e faixas cheias de malemolência. A foto da capa já revela um pouco do clima, com referências à metrópole e à estética “Y2K”, do início dos anos 2000.

Maio será um mês especial para a mineira, que aposta na carreira internacional, com seis shows marcados na Europa. Nesta entrevista, ela fala também da alegria de apresentar canções de Gal Costa no festival The Town, em São Paulo, no mês de setembro.





Seu primeiro álbum se chama “De primeira”, porque você disse que iria “bombar” logo de cara, de primeira, o que realmente ocorreu. A ideia de “Vício inerente” é viciar? 
É exatamente isso. O nome é profético, assim como no meu primeiro disco. “Vício inerente” porque é inerente a você, você vai viciar, não tem jeito. Acho que as pessoas vão amar as músicas. Pode ter gente que não vai entender a princípio, mas depois vai ficar viciada. Eu estou preparando um megalançamento.

Qual é o segredo de uma canção que as pessoas não conseguem tirar da cabeça?
Não sei o segredo exato, mas sei fazer isso. Acho que realmente sei escrever música. Esta, realmente, é a minha função no mundo. No rolê da composição, realmente acho que arraso. Basicamente é isto: sou muito boa em compor.
 
 

As novas experiências que você está vivendo influenciaram o processo de composição para o novo disco?
O meu som mudou muito, da textura do som até o jeito que eu falo. Antes, compunha muito no violão. Quando você compõe sentada, é uma vibe. Quando você escreve em pé, é uma outra personagem. Eu ativo um arquétipo para compor, é como se fosse personagem. Agora estou com o Iuri (Rio Branco, produtor) e nós estamos produzindo em cima do beat. Aí já é um outro jeito de compor. Tem uma Marina que “tá” em pé. E quando eu “tô” em pé, eu “tô” dançando.





Como se dá a conexão da música com a sua vivência?
Principalmente na textura, nem tanto no assunto. Mas, com certeza, nos ritmos eu mostro que mudei a minha realidade. “Tô” vivendo uma outra perspectiva morando em São Paulo, escutando outras coisas e pirando em outra sonoridade, sabe? Acho que tem várias músicas com potencial para estourar muito e me levar para novos públicos.
 
•Leia também: Em 2021, Marina Sena lançou 'De primeira' e avisou: 'Sou artista completa'

Você diz que não gosta de fazer um trabalho igual ao outro. Os grupos dos quais fez parte, Rosa Neon e A Outra Banda da Lua, e também seu primeiro álbum solo têm sonoridades muito distintas. O novo disco tem menos instrumentos e explora mais as batidas. No que você pensou ao produzir “Vício inerente”? 
Quis trazer essa Marina que se mudou para São Paulo e que “tá” escutando outras coisas. O “De primeira” tem a ver com o que eu queria cantar, o novo disco tem muito a ver com o que eu quero dançar. Criei uma relação muito forte com a dança depois de ter o balé no meu show. Tudo o que eu e as meninas gostamos de dançar foi o que quis colocar neste disco.
 

A metrópole é cenário da capa e também das novas canções de Marina Sena, que trocou Minas por São Paulo

(foto: Fernando Tomaz/divulgação)
 

O álbum traz referências do funk, principalmente na faixa “Mais de mil”.  
“Mais de mil” é um funk desconstruído do jeitinho Marina Sena. Esta música tem muita referência dos MCs de BH, que é o meu (estilo) preferido, e do mandelão, um funk mais minimalista que adoro ouvir.





Como foi a parceria com o produtor Iuri Rio Branco?
O Iuri é uma pessoa muito ligada na música eletrônica. Ele pesquisa vários ritmos dentro desse estilo. Ele me fez a proposta de trazer mais ousadia nessa coisa de usar artifícios da tecnologia. Agora venho com mais coragem para distorcer a minha voz e brincar com outras sonoridades.
 

 

Em maio, você fará turnê pela Europa. O disco novo é aposta para alavancar sua carreira internacional?
Ele tem tudo a ver com a “gringa”, principalmente com a Europa. O som é muito parecido com o que eles escutam lá, então estamos trabalhando muito nisso. Espero que dê certo, é algo que quero muito.

Como será o show em homenagem a Gal Costa?
Olha, sempre esperei pelo momento de fazer um show cantando Gal. Desde que comecei a ser cantora, esse foi um dos meus objetivos. Eu me identifico extremamente com ela. Quando surgiu o convite do “The Town”, pensei: nada mais justo do que fazer um showzão em homenagem a ela em um ambiente que tem tanta visibilidade. A Gal é uma figura tão importante na minha carreira que espero homenageá-la pelo resto da vida.

“VÍCIO INERENTE” 
• Álbum de Marina Sena
• 12 faixas
• Sony Music Brasil
• Disponível a partir da próxima quinta-feira (27/4) nas plataformas digitais
 
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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