Para que falar de ódio se a gente pode falar de amor? Com lançamento nesta sexta-feira (28/4), nas plataformas digitais, “Coração bifurcado” (Biscoito Fino), novo álbum de Jards Macalé, é monotemático, mas também multifacetado. O amor em diversas formas, sonoridades, formações e parcerias. E, sobretudo, como um “gesto político”, ele diz.
O tema foi encontrado pouco antes do início da pandemia, quando no Brasil começou a coisa do ódio, da violência, das pessoas se maltratando, de pai não falando com filho, amigos brigando. Nesta discussão praticamente inútil, todas as palavras eram ditas, menos a palavra amor
Jards Macalé, cantor e compositor
Perda
“Queria convidar as minhas amigas de sempre, Bethânia e Gal. A gente estava conversando muito pelo WhatsApp. A Gal estava com ‘Simples assim’ na ponta da língua e, de repente, veio essa notícia louca.”Houve um momento em que passei 11 anos sem gravar. Ninguém se interessava, e eu tinha preguiça de pedir. Se não me entenderam, se o mercado não me chamou, não queria também ficar chorando, no eterno movimento dos barcos, como o Capinan escreveu
Jards Macalé, cantor e compositor
Anti sucesso
“Capinan é um parceiro e amigo na música e na vida. Vivemos algumas situações na ditadura e fizemos várias músicas. ‘Gothan City’ não foi a nossa primeira composição juntos, mas foi escalada para o Festival Internacional da Canção de 1969. O anti sucesso nos aproximou mais”, afirma Macalé.
A música, uma paródia do universo do ‘Batman’ que fazia uma previsão nada otimista sobre o futuro das metrópoles, foi recebida com uma vaia histórica.
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