Rita Lee, morta nesta segunda (8) aos 75 anos, era defensora ferrenha dos direitos dos animais. Vegetariana por décadas, ela inclusive compôs com Chico César a música "Odeio Rodeio". Por isso, a cantora e compositora também teve uma birra de alguns anos, que se desdobrou no jornal Folha de S.Paulo, com Zezé Di Camargo.
O motivo da desavença foram os rodeios. Tudo começou quando Rita, então uma das apresentadoras do programa de TV Saia Justa, do GNT, criticou Zezé, acusando-o de defender rodeios, e a autora de novelas Glória Perez, por inclui-los na novela "América", da Globo.
"Se Zezé defende os rodeios, pior para ele. Eu odeio rodeio! Tenho vasto material comprovando os maus-tratos que acontecem nos bastidores desses eventos", afirmou a cantora à Folha de S.Paulo em setembro de 2005.
"Se Zezé conhece os abusos e acha normal, sinto muito pela sua ignorância espiritual. Se desconhece, está na hora de conhecer."
Zezé retrucou, naquele mesmo mês, desafiando Rita. "Eu e ela vamos com um veterinário a um rodeio. Se o laudo técnico comprovar maus-tratos aos animais, nunca mais canto nesses eventos", disse.
Segundo o cantor, Rita nunca teria acompanhado os bastidores de um rodeio e ele seria o primeiro a boicotar um se soubesse de maus-tratos. "Acompanho há dez anos. Não acho natural o boi sofrer, como ela diz. Tenho certeza de que não sofre", afirmou.
Ele declarou também que esses eventos, naquela ocasião, já não compunham sua principal fonte de renda e rechaçou as críticas da cantora, que chamou os rodeios de lixo americano.
"Queria perguntar a Rita Lee: de onde é o rock que ela faz? Do Ceará, da Bahia, derivado do baião, da moda de viola? O que tem mais de brasileiro, o rock dela ou o country dos rodeios? Então somos juntos lixo americano", disse.
Em 2007, a cantora foi processada pelos organizadores da Festa do Peão de Barretos sob a acusação de chamá-los de "bandidos" em entrevista ao Fantástico, da Globo, em 2006.