O festival Lollapalooza, realizado no Autódromo de Interlagos, posicionou a Avenida Senador Teotônio Vilela no primeiro lugar do ranking de furtos de celular em São Paulo.
O festival Lollapalooza, realizado no Autódromo de Interlagos, posicionou a Avenida Senador Teotônio Vilela no primeiro lugar do ranking de furtos de celular em São Paulo.
De acordo com os números divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, referentes aos meses de março e abril, a via ultrapassou até mesmo a Avenida Paulista, que ficou em segundo lugar na lista de locais com maior número de crimes dessa categoria no período.
Foram registrados 495 boletins de ocorrência por furto de celular na Avenida Teotônio Vilela durante os dois meses analisados. Desses, 422 aconteceram nos três dias do Lollapalooza, de 24 a 26 de março deste ano, no número 261 da avenida, onde fica o Autódromo de Interlagos.
Os shows começaram ao meio-dia e, mesmo levando em conta as 72 horas de evento, estima-se que ocorreu um furto a cada 10 minutos, em média, no local do festival.
Impulsionados pelo evento musical, os números de furtos na Avenida Teotônio Vilela superaram os da Avenida Paulista, que teve 480 boletins de ocorrência desse tipo de crime nos meses de março e abril.
Para efeito de comparação, o Lolla registrou, em apenas três dias, mais furtos de celular do que as avenidas Ipiranga, São João e Rio Branco, e a Praça da República combinadas. Durante dois meses, esses pontos críticos da chamada 'Cracolândia expandida' somaram 416 registros.
Nos sites de reclamações, como o Reclame Aqui, diversas queixas foram relatadas sobre furtos de celular ocorridos durante o festival. Muitas vítimas disseram que foram empurradas e, em seguida, perceberam que seus telefones haviam sido furtados. A maioria criticou a falta de segurança e admitiu a dificuldade em recuperar os bens perdidos.
Em 2021, a IDC (International Data Corporation) informou que o preço médio de um celular no Brasil era de R$ 1.878. Portanto, sem considerar a desvalorização do telefone roubado e eventuais transações bancárias realizadas com os aparelhos, os criminosos levaram quase R$ 800 mil em produtos após três dias de 'ação intensa' no festival.
Guaracy Mingardi, analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), afirma que, mesmo em grandes eventos privados, as autoridades públicas devem agir. Segundo ele, a polícia precisa colocar investigadores jovens à paisana no local, infiltrados e capazes de identificar os ladrões em ação.
A organização do Lollapalooza foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu até a conclusão desta matéria. A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, declarou que o policiamento é reforçado em grandes eventos e que o esquema de segurança é planejado e definido previamente.
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