Diálogo com Thomas Bernhard
“É um estilo que considero excitante. Era um autor que atacava as hipocrisias, os cinismos, as mesquinharias, mas, com esse ataque, ele abria novas percepções sobre a vida, sobre as relações entre as pessoas, em favor de uma humanidade mais verdadeira, mais íntegra. Seus textos trabalham muito com as repetições, as variações, indo, às vezes, de pensamentos sublimes a colocações grotescas”, diz.
'Os dois pianos estão ali como personagens mesmo, e a música sublinha os devaneios da Aforista, porque toda a peça se passa na mente dela. Nossos espetáculos têm essa característica, a mente é o motor, o centro de tudo o que acontece. O que está em movimento são os pensamentos. É uma peça muito rápida, ágil, o que cria um equivalente artístico com o que somos, com nossas perturbações e ansiedades, com os excessos que estão na cabeça de todos nós'
Marcos Damaceno, dramaturgo e diretor
Duelo de pianos
'Ela fala sobre muita coisa ao mesmo tempo, desvia o pensamento rapidamente de um assunto para o outro. Esse caos mental foi um desafio grande para criar essa personagem. Ao mesmo tempo, isso é o que deixa tudo muito interessante; ela enlouquece o público, que sai do espetáculo também com essa cabeça caótica'
Rosana Stavis, atriz
Colecionadora de aforismos
Estética do frio
Ele aponta que os espetáculos da companhia se valem de uma ambientação e de um visual bastante característicos, representativos do que chama de uma “estética do frio”. “É algo que reflete um pouco o que é o Sul do país, essa coisa meio avessa à ideia de um Brasil tropical. A gente também brinca com isso no texto. Curitiba, assim como as outras cidades da região, é mais fria, mais escura, mais embolorada, não tem muita cor, então tem mais melancolia e mais introspecção. A estética dos nossos espetáculos é representativa da nossa região”, afirma.
“A AFORISTA”
• Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda no site e na bilheteria do CCBB-BH.
• Em 24/6 haverá sessão acessível em audiodescrição e bate-papo após o espetáculo.
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