De acordo com o jornal alemão T-online, 45% dos moradores do país germânico são favoráveis ao cancelamento dos shows do Rammstein na cidade de Munique. A pesquisa foi feita pelo instituto de pesquisa Insa, depois de o vocalista do grupo de heavy metal, Till Lindemann, ser acusado de agressão sexual por várias mulheres. 


A banda tem quatro shows marcados entre hoje (7/6) e domingo em Monique. Ainda segundo a publicação, os alemães acreditam que as apresentações devem ser suspensas até que as acusações sejam esclarecidas. Para 24%, os shows da banda de heavy metal devem ser realizados. Outros 23% acreditam que a discussão sobre o cancelamento dos shows não tem nenhum resultado prático. Os demais 8% não quiseram comentar.


Até o momento, nenhuma das apresentações foi cancelada, mas, segundo jornais locais, parte do público se organiza para não comparecer aos eventos. A empresa organizadora dos shows e a proprietária do estádio Olympiapark München GmbH, onde serão realizados os shows, desmentiram que haveria um cancelamento. "Se as acusações contra Till Lindemann e a banda fossem confirmadas, isso seria absolutamente condenável”, alegou a assessoria da arena. 


Mesmo assim, foram anunciadas mudanças para os shows. Em primeiro lugar, não haverá a chamada “linha zero”, uma área em frente do palco. Isso porque, afirmam as denúncias, era nesse local que Lindermann escolhia as mulheres. Também não serão realizadas as famosas festas pós-shows, onde teriam ocorrido as agressões. Por fim, ocorrerá uma campanha de conscientização sobre assédio e agressão sexual. 


A ministra da Cultura da Alemanha, Claudia Roth, condenou as agressões. "A zombaria patriarcal e a agressão sexual não têm mais lugar na indústria da música, na arte e na cultura em geral ou em qualquer outro lugar", afirmou. 

Acusações

Segundo a denúncia de várias mulheres, incluindo uma brasileira, Lindemann, de 60 anos, selecionava as fãs nas primeiras filas do show e as convidava para uma festa após a apresentação. Lá, ele ofereceria bebida com drogas.


Dopadas, elas eram forçadas a fazer sexo com o cantor, afirmam denunciantes. Para o esquema, o roqueiro contaria com a ajuda de sua equipe, que até mesmo gravava ou filmava as mulheres para que Lindermann pudesse escolher quais gostava.


Apesar de o Rammstein ter, inicialmente, negado as acusações, o grupo contratou um escritório de advocacia para examinar as denúncias. A banda disse querer esclarecer a situação. Em nota, o Rammsteim pediu para que os fãs não "pré julguem" o cantor, após a publicação de reportagens sobre o caso.


"As publicações dos últimos dias têm causado irritação e questionamentos no público e principalmente nos nossos fãs. As acusações nos atingiram com muita força e as levamos extremamente a sério." diz a postagem.


A banda ainda pediu que os fãs respeitassem as mulheres que fizeram as acusações e aguardassem a apuração dos fatos. "Condenamos qualquer tipo de abuso e pedimos a vocês: não participem de pré julgamentos públicos de qualquer tipo contra aqueles que fizeram acusações. Eles têm direito a seu ponto de vista. Nós, a banda, também temos o direito – ou seja, de também não sermos pré julgados", pontuou.

Mais polêmicas

Lindermann já foi acusado de apologia ao nazismo, ao aparecer, em um clipe de 2019, vestido como um prisioneiro de um campo de concentração. Em 2021, a banda lançou uma música intitulada "Ich hasse kinder" (Eu odeio crianças) bem no dia em que é comemorado o  Dia Mundial da Criança. O clipe ainda mostra o vocalista em um papel que lembra o assassino em série russo Andrej Tschikatilo, que atacou mais de 50 crianças.


Nos álbuns, a banda criada em 1995 já esteve envolvida em polêmicas por abordar em seus álbuns temas como como sadomasoquismo, homossexualidade, incesto, abuso, necrofilia, piromania, canibalismo e violência sexual.