O lendário músico Roger Waters, conhecido por seu trabalho no Pink Floyd e por sua postura política engajada, está no centro de uma polêmica após sua recente apresentação na cidade de Berlim, em 17 de maio. O espetáculo, que trouxe elementos visuais e simbólicos reminiscentes dos shows do Pink Floyd nos anos 80, despertou questionamentos e críticas de diferentes grupos. Nessa sexta-feira, o artisita se pronunciou mais uma vez sobre o caso.
Relembre o caso: Roger Waters, do Pink Floyd, usa traje nazista em show de Berlim
A assessoria do cantor enviou um comunicado à imprensa em que o artista aborda as controvérsias e defende a intenção por trás dos elementos utilizados na performance. Segundo Waters, as críticas são provenientes de pessoas que desejam caluniá-lo e silenciá-lo devido às suas opiniões políticas e princípios morais. O músico afirma que os elementos em questão são uma clara declaração de oposição ao fascismo, à injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas.
Waters ressalta que a representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica recorrente em seus shows desde "The Wall", álbum icônico do Pink Floyd lançado em 1979 e transformado em uma grandiosa produção audiovisual em 1980. Para o artista, as tentativas de retratar esses elementos de forma diferente são dissimuladas e politicamente motivadas.
O músico também compartilha detalhes pessoais que moldaram sua visão de mundo. Ele relembra que, durante sua infância no pós-guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente mencionado em sua casa, tornando-se uma lembrança constante das consequências do fascismo desenfreado. Waters ressalta que seus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, sendo seu pai uma das vítimas dessa luta.
Apesar das críticas e da polêmica gerada em torno de sua apresentação em Berlim, Roger Waters reafirma seu compromisso em condenar a injustiça e todos aqueles que a praticam. Ele afirma que continuará a usar sua plataforma para expressar seu posicionamento político e lutar contra o autoritarismo e a opressão, independentemente das consequências que isso possa acarretar.
A controvérsia em torno do show de Waters em Berlim tem despertado debates acalorados sobre os limites da liberdade artística e a interpretação das mensagens transmitidas através de elementos visuais e simbólicos. Enquanto alguns alegam que o músico está fazendo uma declaração política e combatendo o fascismo, outros questionam a escolha dos elementos utilizados e sugerem que eles podem ser interpretados de maneiras diversas.
Diante das opiniões divergentes, é evidente que a performance de Roger Waters em Berlim despertou discussões importantes sobre o papel da arte e da expressão artística na sociedade atual. O debate em torno dessas questões continuará, com vozes de diferentes grupos se fazendo ouvir e avaliando as implicações políticas e culturais do trabalho de Waters e de outros artistas engajados.
Leia a nota completa enviada ao Estado de Minas:
Uma declaração de Roger Waters sobre a controvérsia sobre seu concerto em Berlim
“Minha recente apresentação em Berlim recebeu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais.
Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, a injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde “The Wall”, do Pink Floyd, em 1980.
Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa - ela se tornou uma lembrança permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final.
Independente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem.”