As vendas de ingressos para a turnê 'The Eras Tour', da cantora Taylor Swift, têm gerado polêmica e investigações tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Nos EUA, a situação chegou ao ponto de ser levada à Justiça, com uma investigação em curso. Os ingressos para os shows de Swift no país foram disponibilizados pelo site da Ticketmaster em novembro, sendo comercializados em diversas etapas de pré-venda. Muitos fãs da cantora relataram problemas, como serem removidos da fila virtual e perderem ingressos em processo de compra.
Devido ao caos nas pré-vendas, a Ticketmaster optou por cancelar a venda geral de ingressos, argumentando que a alta demanda esgotou o estoque disponível. A situação chamou a atenção do Senado dos EUA, que convocou uma audiência judicial para tratar do assunto, especialmente porque não é a primeira vez que a Ticketmaster enfrenta problemas desse tipo.
Os senadores questionam se a fusão entre Live Nation Entertainment e Ticketmaster em 2010 resultou em um monopólio que controla injustamente o mercado de bilheterias virtuais, já que ambas são gigantes do setor.
Jack Groetzinger, cofundador da SeatGeek, concorrente da Ticketmaster, afirmou à revista Time que a falta de concorrência no mercado 'prejudica significativamente a inovação, afetando diretamente os consumidores'. Para ele, os problemas com vendas de ingressos na internet só serão resolvidos com o desmembramento entre Ticketmaster e Live Nation.
Clyde Lawrence, músico, testemunhou na audiência contra a Ticketmaster, alegando que os artistas têm dificuldades para negociar com a empresa devido ao suposto monopólio. Ele acrescentou que a Ticketmaster define as taxas cobradas dos consumidores e que os músicos não recebem nada disso. Joe Berchtold, diretor financeiro da Live Nation, negou que a empresa domine o mercado, afirmando que seu controle varia entre 50% e 60%.
No Brasil, o Procon-SP notificou a Tickets For Fun para esclarecer os problemas ocorridos na venda de ingressos para os shows de Taylor Swift, programados para novembro em São Paulo. Uma análise preliminar do órgão indicou que os ingressos se esgotaram rapidamente nos canais oficiais online e estão sendo anunciados e vendidos por preços muito superiores em sites paralelos, o que configura cambismo digital, uma prática ilegal.