Antonio Gomes Neto faz show, neste domingo, para lançar o disco 'Aurora'

 

Conciliar medicina, literatura e música nunca foi tarefa árdua para Antonio Gomes Neto. O neurologista, cantor, compositor e violonista faz show neste domingo (25/6) à noite, no Teatro Francisco Nunes, para lançar o disco “Aurora”.

O álbum virtual reúne 13 faixas inéditas assinadas pelo médico. Duas delas – “Disseste” e “Esse moço” – são parcerias com o cardiologista Marcus Bolivar. O músico Marcos Braccini, filho de Antonio Gomes Neto, assina a produção.

O repertório de “Aurora” mescla samba, frevo, choro-canção, marcha-rancho e valsa. Theo de Barros, Geraldo Alvarenga, Marcos Braccini, Rafael Martini, Carlos Walter, Rafael Macedo, Felipe José, Thiago Delegado e Fabio Ardour criaram os arranjos.

Em 2008, Antonio lançou o álbum “Tempo de desenredo”, cuja faixa-título foi gravada pelo cantor, compositor e cineasta Sérgio Ricardo (1932-2020). Músicas dele também foram gravadas por Carla Villar (“Primeira valsa”), Cynthia Martins e Marcus Bolivar (“Espelho”), Leopoldina (“Esse moço”), Rafael Martini (“Mãos vazias”) e Alexandre Galvão (“Solidão”).

Descoberta doméstica

O artista Antonio Gomes Neto foi “descoberto” dentro da própria casa pelo filho. Marcos Braccini demorou para perceber que as canções que ouvia o pai cantar sozinho ou com amigos eram composições dele, e não de algum autor famoso.

“Estava em casa tocando violão e cantando, quando, de repente, ele perguntou: 'Vem cá, que música é essa?'. Respondi: 'Não estou tocando nada não'. Marcos insistiu: 'Você está tocando há horas. De quem é?'. Respondi: 'É minha.”

Depois disso, o filho insistiu para o pai registrar suas composições. “Não havia nada escrito, gravado ou registrado. Marcos sempre brincava comigo: 'Poxa, se você bater a cabeça, vai esquecer isso tudo, então temos que gravar'”, relembra Antonio.

“A gente sentava e ele gravava. Às vezes, voz e violão. Outras vezes, só comigo solfejando ou cantando”, diz. “Na época, não imaginava que a coisa fosse tomar o rumo que tomou, porque ele foi de uma minúcia, de um cuidado, de uma sofisticação... Acabou reunindo uma turma de músicos e arranjadores espetaculares daqui de BH, de São Paulo e do Rio de Janeiro.”

 

 

Foi assim que Antonio lançou “Tempo de desenredo”, o disco de estreia, graças ao filho. Quinze anos depois, o médico está satisfeito com o álbum “Aurora”. “Quando Marcos disse que chamaria o grande Theo de Barros para o meu disco, não acreditei”, confessa. Autor de “Disparada” com Geraldo Vandré, Theo também era arranjador de Sérgio Ricardo.

Pai e filho não o conheciam. Marcos ligou para ele, que pediu para ouvir a canção e aceitou participar do álbum. “Theo disse que gravaria também um depoimento, mas, infelizmente, ele morreu em março deste ano. Nos tornamos amigos por causa desse trabalho”, conta Antonio. As gravações ocorreram em 2022.

 

 

O álbum virtual é um orgulho para seu autor. “Fiquei muito feliz com o resultado. Faremos o lançamento dele no Francisco Nunes. Passei parte da minha vida indo lá bater palmas para meus ídolos e agora subirei naquele palco para cantar minhas músicas”, comemora.

Antonio estará acompanhado por Lucas Telles (violão), Yuri Vellasco (bateria e percussão), Bruno Vellozo (baixo acústico) e Pedro Mota (trompete e flugelhorn), sob a direção de Marcos Braccini.

Encontro de gerações

“O disco consolida um produtivo diálogo entre diferentes gerações de artistas em torno da obra de Antonio Gomes Neto”, afirma Braccini. “Theo de Barros tocou com deus e o mundo, cruzando várias gerações de música brasileira. É um dos últimos trabalhos que ele gravou, participando como violonista e arranjador em duas faixas”, diz.

Já foram lançados quatro clipes de Antonio este ano, outros quatro já estão garantidos. “Depois vamos preparar um livro, que deverá sair em 2024, com os escritos do meu pai”, anuncia Marcos Braccini.

“AURORA”

. Disco de Antonio Gomes Neto
. 13 faixas
. Tratore
. Show de lançamento neste domingo (25/6), às 19h, no Teatro Francisco Nunes (Parque Municipal, Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro). Entrada franca.