No próximo domingo (2/7) completam-se dois meses do início da greve dos roteiristas de cinema e TV de Hollywood, organizada pela Writers Guild of America, que reúne cerca de 12 mil profissionais. A exemplo do que ocorreu 15 anos atrás, com a paralisação anterior, várias produções em andamento foram afetadas.  

Um dos últimos projetos interrompido indefinidamente foi a série "1923", derivada de "Yellowstone". Estrelada por Harrison Ford e Helen Mirren, as gravações de sua segunda temporada deveriam ter começado neste mês, em Montana.





"The old man", com Jeff Bridges, também interrompeu a produção de sua segunda temporada. Suspensa desde meados de maio, ela já finalizou as gravações do primeiro ao quarto episódio. "Uncoupled", comédia romântica de Neil Patrick Harris que foi cancelada pela Netflix e acabou sendo resgatada pelo Showtime para o segundo ano, também está suspensa.
 
A lista é enorme. Entre séries em andamento que estão paralisadas estão "Billions", "FBI: Most wanted", "P-Valley", "Power book II: Ghost", "Pretty little liars: Summer school", "Cobra Kai", "Yellowjackets" (os roteiristas se encontraram somente uma vez para dar início à terceira temporada e logo entraram em greve), "Hacks", "Stranger things" e "The last of us".

Há produções em situações diferentes. O roteiro da segunda temporada de "A casa do dragão" está pronto, então as filmagens não devem ser afetadas. "O senhor dos anéis – Os anéis do poder" tampouco interrompeu as gravações. Só que elas estão acontecendo sem a presença dos criadores da série, J.D. Payne e Patrick McKay.




 
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Atraso e cancelamento

As paralisações vão atrasar a programação de emissoras e plataformas de streaming. A pior situação é a de cancelamento. Foi o que ocorreu com "Metropolis", série de Sam Esmail que adaptaria para a Apple TV+ o clássico filme de ficção científica de 1927 de Fritz Lang. Em vez de esperar pelo fim da greve, a plataforma preferiu cancelar a produção.

As demandas da categoria grevista vão desde melhor remuneração (com ajustes diante da inflação americana), até a questão da tecnologia. Os roteiristas pedem pela regulamentação do uso de Inteligência Artificial (IA) em produções. Assim como acontece com outras categorias, a dos roteiristas teme pela "uberização", que flexibiliza as relações de trabalho, sem qualquer vínculo empregatício.

A partir de hoje, os atores podem se unir aos roteiristas na greve. O Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA), que representa cerca de 160 mil artistas, está em negociações com plataformas como Netflix e Disney. As conversas não têm avançado para um acordo, e o prazo para o fim das negociações termina à meia-noite desta sexta-feira (4h em Brasília). (Com agências de notícias)

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