Nesta terça-feira (4/7), a 23ª edição da mostra “Curta circuito” exibe o filme “Minha namorada” (1971), de Zelito Viana e Armando Costa, às 19h30, no Cine Humberto Mauro. A sessão vai contar com a presença do ator Marcelo Costa, de 67 anos, para participar de bate-papo com o público.




 
Estrelado por Fernanda Montenegro e Jorge Dória, o longa conta a história da jovem Maria. Com a vida “perfeita” planejada, os planos dela mudam radicalmente quando conhece o músico Pedro, rapaz despreocupado e livre – papel de estreia de Marcelo Costa no cinema.

“Foi uma experiência maravilhosa. Minha primeira cena foi logo com Jorge Dória e a Fernanda Montenegro. Eu tinha 15 anos, não podia nem entrar no cinema sozinho, fiquei muito nervoso. O Zelito e o Armando foram maravilhosos na direção, tudo foi muito bacana e gratificante”, conta Marcelo Costa, também cantor  de sucesso na década de 1980.

“Minha namorada” merece voltar à telona, defende Marcelo. E garante que, 52 anos após seu lançamento, o filme é capaz de emocionar o público. Para Marcelo, há identificação entre o espectador do século 21 e o longa. “Fico feliz de fazer parte deste momento”, diz.





O elenco reunia também Laura Maria, no papel de Maria, Pedrinho Aguinaga, Arduino Colasanti, Ana Maria Magalhães, Silvio Lamenha e Maria Clara Mariani.
 
 

Resgate da memória

A mostra “Curto circuito” realizou cerca de 5 mil sessões com a proposta de resgatar a memória do audiovisual brasileiro, retomando filmes que caíram no esquecimento. Em 2023, o evento adotou o tema “amores brasileiros”

A atual edição começou em maio, com o filme “As feras” (1995), de Walter Hugo Khouri. As duas últimas sessões trarão “Canastra suja” (2018), de Caio Sóh, e “Menina do lado” (1987), de Alberto Salvá, respectivamente em 18 e 25 de julho.

Daniela Fernandes, diretora da “Curto circuito”, conta que o início do projeto ocorreu com curtas-metragens. “Lá em 2001, começamos com curtas, porque era muito difícil exibir esse tipo de material na época. Depois que vieram a internet e o YouTube, vimos que a carência foi suprida”, relembra ela.

“Passávamos também médias-metragens e documentários que eram muito difíceis de estrear aqui em BH”, diz ela. “Já são 12 anos exibindo só filmes de memória. Nossa preocupação era o que ficou no limbo. Aqueles filmes que fizeram muito sucesso no lançamento, mas se perderam. Foi a forma que achamos de contar um pouquinho da história do cinema brasileiro”, explica.





Nesta edição, os amores do Brasil – convencionais ou não – são o tema de sete longas. “Queríamos que o amor fosse exibido em suas mais diversas formas. Sem nenhum tipo de preconceito e de um jeito de amar bem brasileiro”, comenta Daniela.
 
• Leia também: Abertura da 'Curta circuito' 2023 destacou o legado de Walter Hugo Khoury

A programação abrange produções de 1971 a 2010 ligadas à luta por uma sociedade livre de amarras sociais. “É muito importante a gente contar a nossa história, principalmente para que a juventude reconheça o trabalho da luta no cinema, que foi superimportante nas décadas de 1960 e 1970, durante a ditadura, por exemplo”, destaca Daniela.
 
De acordo com ela, outro compromisso da mostra é o empenho para a sobrevivência do cinema nestes tempos dominados por redes de streaming.

“O público está muito tímido para voltar às salas de cinema. Então, pedimos que as pessoas voltem, até porque existe toda uma indústria por trás de um filme que merece ser vista, visitada e reconhecida. Com o fim da pandemia, é o momento propício para esse retorno”, conclui.

CURTA CIRCUITO

• Exibição de “Minha namorada” e bate-papo com o ator e cantor Marcelo Costa
• Nesta terça-feira (4/7), às 19h30, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro)
• Entrada franca. Ingressos distribuídos a partir das 19h, na bilheteria local
•Informações: www.curtacircuito.com.br
 
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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