“Nós somos um exemplo agora! Eles voltaram a filmar em Hollywood por nossa causa! Eu fico ao telefone a noite toda com os estúdios, companhias de seguros, produtores, e eles olham para o que nós estamos fazendo. Estamos criando milhares de empregos. Não quero mais ver isso de novo nunca mais!"
Em dezembro de 2020, com boa parte do mundo ainda “fechado” em decorrência da pandemia, um áudio vazado de Tom Cruise no set londrino de “Missão: Impossível – Acerto de contas” ganhou as manchetes. O último dos grandes astros de Hollywood deu um ataque (com direito a palavrões e ameaça de demissões) com parte da equipe que estava furando os protocolos sanitários.
Àquela altura, o sétimo filme da franquia iniciada por Cruise em 1996 já tinha virado uma novela. A COVID-19 e as filmagens estavam lado a lado, desde o começo. Em fevereiro de 2020, quando não se falava em pandemia, mas em surto, a produção foi suspensa antes de começar efetivamente – as filmagens iniciais seriam em Veneza, Norte da Itália, a primeira região seriamente atingida pelo vírus depois da China.
Ao longo dos meses seguintes, as gravações do filme com locações no Reino Unido, Itália, Noruega e Emirados Árabes sofreram outras interrupções em decorrência da pandemia. As filmagens só terminaram em setembro de 2021.
Naquele momento, Cruise tinha uma preocupação mais urgente. Salvar a indústria do cinema, coisa que o fez (até Steven Spielberg reconheceu) com “Top Gun: Maverick”, que se tornou a maior bilheteria de 2022 – e a maior da Paramount nos Estados Unidos em toda a sua centenária história.
Parte 2 só em 2024
“Missão: Impossível – Acerto de contas” estreia nesta semana na maior parte do mundo (nesta quinta, 13/7, no Brasil, depois de várias pré-estreias), dois anos depois da data prevista originalmente. E Cruise, mais uma vez, continua em sintonia com o espírito do tempo. É de uma Inteligência Artificial (a malvada favorita de muita gente neste 2023), nomeada A Entidade, que o agente Ethan Hunt deve salvar o mundo.
O filme, com suas 2h45min, é só a primeira parte da saga do superagente que vive nas trevas. Daqui a um ano, será lançado “Missão: Impossível – Acerto de contas Parte 2”. E Cruise, com seus recém-completados 61 anos, segue irascível, fazendo o impensável em cena e tentando (até agora, com sucesso) segurar a roda do tempo.
A nova história tem início em um submarino (outro tema quente), que se torna a primeira vítima da demoníaca Entidade. Mas é uma chave, algo tão prosaico diante de tanta tecnologia, o objeto de desejo das superpotências, que a partir dela poderão controlar a IA. Em formato de crucifixo, ela foi dividida em duas partes que devem ser reunidas para desvendar seus segredos – e a chave está diretamente ligada ao Sevastopol, um submarino nuclear russo que todos acreditavam ser indetectável.
“Sua missão, caso você aceite, é nos trazer a chave”, declara a familiar fita autodestrutiva entregue a Hunt no início da trama. Três décadas atrás, Ethan Hunt (Cruise) vendeu sua alma ao FMI (“não, o outro FMI – a Força Missão Impossível”, é uma das primeiras piadas que aparecem no filme), uma organização secreta cujo juramento exige que seus membros “vivam e morram nas sombras”.
Para alguém que tem que passar despercebido, ele tem companhias de montão desta vez. Além dos dois inseparáveis parceiros – o supertécnico de informática Luther Stickell (Ving Rhames) e o agente de campo um tanto atrapalhado Benji Dunn (Simon Pegg) – ele conta com duas presenças femininas de peso.
Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), a ex-agente do MI6 que se aliou à equipe de Hunt nas duas aventuras anteriores, “Nação secreta” (2015) e “Efeito Fallout” (2018), e Grace (Hayley Atwell), uma ladra que se torna a coestrela da nova aventura. Freelancer, ela foi contratada para roubar a metade da chave. Não tem a menor ideia do que a espera ao se deparar com Hunt no aeroporto de Abu Dhabi.
Mulheres perigosas
Do lado de lá, estão mais duas mulheres. De volta à trama depois de “Efeito Fallout”, Alanna Mitsopolis, ou “Viúva Branca” (Vanessa Kirby), também está envolvida em negociações com a chave. Hunt passa a ter em seu encalço uma francesa (papel de Pom Klementieff), que não abre a boca, mas é capaz de matar, com a arma ou com um tanque, qualquer um que apareça em sua frente.
Mas o grande inimigo em carne e osso de Hunt é Gabriel (Esai Morales), um terrorista que quer utilizar a Entidade para dominar o mundo e faz parte do passado do personagem de Cruise – os dois eram amigos antes de Hunt se tornar um agente do FMI.
“Missão: Impossível” há muito deixou de ser um filme de espiões para se tornar uma aventura com altas doses de adrenalina (que acertam em cheio o espectador) e alguma comédia. A primeira grande sequência de ação coloca Hunt e Grace algemados a bordo de um Fiat 500 amarelo ovo das antigas em uma perseguição por Roma. A cena dos dois descendo, a bordo do carrinho, as escadarias da Piazza di Spagna (com direito até a uma rápida menção a “Encouraçado Potemkin”) é saborosa.
O Palazzo Ducale, ponto central de Veneza, é cenário de uma festa luxuosa – a exemplo do que ocorreu no filme anterior, só que na França. A “Viúva Branca” logo avisa que a guerra está chegando, dando o mote para uma perseguição pelos becos e canais daquela cidade.
Mas todo “Missão: Impossível” tem que ter uma sequência que te leva a perguntar “Como é que Tom Cruise fez isto?”. E Hunt está sempre em movimento, seja sobre as próprias pernas, dirigindo carros ou a bordo de um trem (no caso, o Orient Express). Com uma velocidade urgente, o astro, desta vez, salta de uma motocicleta de um penhasco – e no caso dele, como sabemos, é de verdade.
A sequência, que segundo o material de divulgação do filme, exigiu 15 meses de preparação, se torna um aperitivo para a parte final. No Orient Express, mocinhos, bandidos e alguns vira-casacas se reúnem em um trem de luxo que, como num piscar de olhos, está desgovernado. E há explosivos na ponte dali a pouco. Como num jogo de dominós, os vagões vão caindo, um a um. O espectador, neste momento, já está grudado na poltrona.
Não há vida lá fora, só o que se passa na tela do cinema. Mesmo que saibamos que Hunt vai sair desta, não há como não se impactar com toda a sequência, magistralmente coreografada. Quando o final realmente chega, você se lembra de que o que acabou de assistir é apenas o começo, pois em 2024 tem mais. Mas já com esta primeira parte do novo “Missão: Impossível”, Tom Cruise poderá salvar, pelo segundo ano consecutivo, o cinema.
“MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1”
EUA, 2023, 156min. De Christopher McQuarrie, com Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson e Vanessa Kirby
• BH 1, 22h10 (dub);
• BH 2, 15h (dub), 18h20, 21h40 (leg);
• BH 3, 13h10, 16h40, 20h (dub);
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• Cidade 8, 11h10, 14h20 (leg), 17h30 (dub), 20h40 (leg);
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• Monte Carmo 7, 14h20, 17h30 (dub), 20h40 (leg);
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