Com a proximidade da estreia do filme ‘Barbie’, o sentimento de nostalgia bateu. Aqui no Brasil, várias bonecas conquistaram o coração da meninada. Sejam sendo ícones de moda, representando uma diva ou trazendo algo com DNA brasileiro, os brinquedos marcaram a infância de muita gente. Confira a lista:
Confira: 'Barbie' coroa onda de filmes de brinquedos que vendem ingressos e produtos
- Susi
A boneca Susi nasceu em 1966. Inspirada nas bonecas gringas Tammy e Sindy, dos Estados Unidos e da Inglaterra, respectivamente, ela faz parte dos brinquedos da Estrela e tinha o conceito de ser uma fashion doll. Por isso, usava roupas que eram tendências da moda.
A Susi foi vendida continuamente até 1985, mas saiu do mercado com a chegada de sua maior concorrente: a Barbie, que foi lançada no Brasil em 1982. A boneca ficou fora do mercado até 1997, quando foi relançada com um novo visual, mais moderno.
Nos anos 2000, as crianças criaram uma rixa entre Barbie e Susi, mas cada uma teve sua fatia do mercado. Atualmente, é possível encontrar alguns modelos da boneca, com preços entre R$ 99,99 a R$ 199,99.
- Moranguinho
Queridinha de muitas crianças, a Moranguinho faz sucesso em várias partes do mundo, desde a década de 1970. A personagem foi criada pela designer americana Muriel Fahrion, em 1977. Junto com seu gato Mostarda, Moranguinho fazia parte de uma coleção da empresa America Greetings, especializada em cartões comemorativos.
Tempos depois, a fabricante de brinquedos General Mills patenteou os desenhos para lançar uma nova linha. Moranguinho logo virou tema de livros, roupas e acessórios. Claro que também surgiu uma boneca de pano da personagem, com direito a um chapéu rosa decorado de morangos, cabelos ruivos em cachos e vestido com avental. No Brasil, o lançamento foi feito pela Estrela.
Anos depois, já nos anos 1990 ela passou a ser feita de plástico. Apesar do sucesso entre as crianças, o brinquedo saiu de mercado, voltando somente em 2002. A nova Moranguinho era moderna, usava calça jeans, jaqueta amarrada na cintura e um chapéu mais minimalista. Os cabelos ruivos também estão mais curtinhos.
Em 2009, ela passou por uma nova reformulação. Desta vez, Moranguinho tem cabelos longos e usa um vestido de mangas curtas e uma boina. Para agradar as novas e as antigas gerações, a empresa lançou, em 2017, bonecas retrô, em comemoração aos 80 anos da Estrela.
O brinquedo já foi bebê, criança e até adolescente. Além da Moranguinho, também existiram várias outras “meninas frutas”, como a Laranjinha e a Cocadinha, que também faziam sucesso com as crianças em suas variadas versões.
- Polly Pocket
Feita em plástico, com roupas em silicone e outros produtos não tóxicos, a Polly Pocket talvez seja a boneca em miniatura mais popular do mundo. Ela surgiu em 1983, quando um alemão chamado Chris Wiggs criou um estojo de brinquedos para a filha. A novidade consistia em uma casa com pequenas bonecas dentro, aos moldes de Playmobil e Lego.
As bonecas logo se popularizaram e viraram sucesso na Inglaterra. Em 1989, o estojo e as bonequinhas foram comprados pela Mattel, a mesma empresa da Barbie, que lançou o brinquedo em parceria com a Bluebird Toys. A Polly custava pouco para produzir e, por isso, logo conquistou sua fatia no mercado mundial, com grande destaque nos países da América Latina.
Em 1998, a empresa deixou as bonecas um pouco maiores e mais realistas. Também criaram uma linha de colecionáveis. Meses depois, nasceu a linha Fashion Polly!, que contava com as amigas da boneca. Depois foram criados outros bonecos na família Pocket.
Entre 1994 e 1995 a Mattel inclusive chegou a vender uma linha misturando as bonequinhas Polly com a irmã da Barbie: Stacie criando assim uma "mini casa de bonecas" para a boneca grande. A Mattel também lançou essa mesma linha com as amigas de Stacie: Janet, Whitney, além da própria Barbie.
Nos anos 2000, foi criada a Polly pronta em um clique, uma linha em que roupas, que são divididas ao meio, se colam ao corpo da boneca por ímãs. Porém, a novidade não colou e a popularidade do brinquedo caiu.
Em 2010, a Mattel lançou uma nova versão da Polly, no conceito fashion dolls. A boneca também ganhou uma série em desenho animado. Anos depois, a empresa criou uma nova linha, que lembrava a primeira geração da boneca. A Polly está até hoje no mercado e pode ser encontrada a partir de R$ 20.
- Bratz
Um quarteto de amigas que amam moda e maquiagem. Essas são as Bratz. As bonecas foram criadas por Carter Bryant, um antigo designer da Mattel, em 2001. Ele queria uma coleção de brinquedos com roupas modernas, com apelo para crianças de todas as idades. Bryant vendeu a ideia à MGA Entertainment, que pôs as Bratz no mercado. As bonecas se tornaram o empreendimento de maior sucesso da empresa.
Dentro dos Estados Unidos, em dezembro de 2001 a Bratz vendeu quase 600 mil unidades, ou seja, 65 por cento do mercado estadunidense. Inspirada em adolescentes comuns, muitas vezes a boneca foi questionada por sexualizar menores de idade.
Em 2013, a empresa decidiu mudar a aparência das Bratz, o que representou uma queda nas vendas, levando à saída de mercado em 2016. Durante a pandemia do coronavírus, a boneca voltou a ficar em alta. A tag #BratzChallenge ficou em alta no TikTok e no Instagram. A proposta era reproduzir a maquiagem e os looks das bonecas.
Em homenagem ao 20º aniversário da Bratz, foram lançadas bonecas de edição especial, que vinham com um poster holográfico colecionável. Elas eram quase uma cópia exata das bonecas com as quais tudo começou em 2001.
- Xuxa
A boneca da Xuxa foi lançada em 1987, pela Brinquedos Mimo. A inspiração, claro, era a rainha dos baixinhos. O brinquedo foi desenhado por Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, e as roupas foram desenhadas pela estilista Márcia Cunha.
A boneca media 85 centímetros, tinha o corpo macio e flexível e o cabelo feito de náilon. O sucesso foi tão grande que foram vendidas 800 mil unidades. Em 1991, a boneca começou a ser vendida em outros países da América Latina.
Mas uma lenda macabra pôs fim a esse sucesso. Em 1989, surgiu a história de uma boneca da Xuxa que teria atacado uma criança em Sorocaba (SP). O boato diz que a menina começou a pedir para que a mãe lhe desse o brinquedo, mas como estava sem dinheiro, a mulher teria dito que só conseguiria caso “o diabo mandasse o dinheiro”.
No dia seguinte, a mãe teria recebido justamente a quantia exata para comprar o brinquedo da filha. Mas o presente acabou se tornando uma tragédia. Conta-se que a boneca foi possuída pelo demônio, adquiriu garras e seios enormes e arranhou todo o corpo da menina. Quando chegou a manhã, a mãe encontrou a menina em estado de choque e a boneca com as unhas sujas de sangue.
Outra versão da lenda é que o brinquedo endemoniado teria levado a alma da pequena de dois anos, que foi encontrada morta pela mãe. Nas duas histórias, o final é o mesmo: a mulher levou a boneca da Xuxa para uma igreja, onde ela teria sido exorcizada e destruída.
Apesar da lenda, a Rainha dos Baixinhos lançou outras bonecas, que se saíram bem nas vendas. Além de Xuxa, era febre que as famosas tivessem suas versões em brinquedos. Sandy, Wanessa Camargo e Ivete Sangalo são algumas delas. As bonecas da Angélica, em tamanho de uma criança com a pinta na coxa, e os vários lançamentos da Eliana fizeram a cabeça das crianças nos anos 1990.
- Lu patinadora
Uma das bonecas mais desejadas nos anos 1980 era a Lu Patinadora. Com um look esporte cor-de-rosa e cotoveleira, capacete e joelheira, ela tinha um grande objetivo: patinar. Era uma boneca a pilhas, como vários brinquedos que faziam sucesso na época.
Boa parte da sua popularidade veio de um comercial, que tinha um jingle chiclete: “Lá, lé, li, ló, Lu Patinadora…”. Lançada pela Estrela, hoje a boneca é considerada uma raridade.
Outras “Lus” foram lançadas, como a Lu esquiadora. Já a Lu cantora, que chegou no começo dos anos 2000, não fazia parte do catálogo da estrela. Com sua roupinha que imitava couro, microfone e um rabo de cavalo loiro, ela era produzida pela Me plastic e seu grande trunfo era dançar ao som da própria música.
Anos depois, a Cortex lançou uma Lu cantora versão bebê. Ela tinha corpo macio, em pano, e também tinha uma música.
- Fofolete
Elas tinham apenas 7 centímetros e muita fofura. As pequenas Fofoletes surgiram no final dos anos 1970, mas ficaram famosas na década seguinte. Criadas pela Trol e compradas pela Estrela em meados de 1980, as bonecas eram pequenos bebês, vestidas com pijaminhas coloridos, cada uma de uma cor, e gorro combinando.
As Fofoletes eram vendidas em uma caixa pouco maior que uma caixa de fósforos ou em um ovinho. Pelo seu tamanho, elas eram bem mais acessíveis que as concorrentes. Na década de 80 era um dos presentes mais desejados pelas crianças.
Também surgiu uma lenda macabra sobre a boneca. A história diz que o criador do brinquedo perdeu uma filha ainda bebê, que seria representada pela própria Fofolete. E a famosa caixinha era uma representação de um caixão. Ao contrário do que houve com a Xuxa, o boato não afetou a comercialização.
As Fofoletes também eram conhecidas como “bonecas da sorte” e a graça era fazer uma coleção. Com a popularização da indústria de brinquedos, elas saíram de moda e, consequentemente, do mercado.
Mas, em 2022, a Estrela anunciou um verdadeiro comeback! As novas Fofoletes são seis modelos em quatro cores diferentes para colecionar. Elas vêm na famosa caixinha, mas também possuem um “studio fashion”, com tinta, pincel e cadeira de cabeleireiro. As roupinhas foram substituídas por estampas de sublimação, em três modelos diferentes.
Para os mais saudosos, também foi relançada a versão “tradicional”, da mini boneca. Elas custam em torno de R$ 25. Já as novas Fofoletes custam R$ 6,99.
- Emília
A boneca tagarela do ‘Sítio do pica-pau amarelo’ fez parte de praticamente toda criança brasileira. Além de personagem dos livros de Monteiro Lobato, ela também fez história na TV, conquistando o público em todas as versões da série.
A Emília foi interpretada por várias atrizes: Olga Mara, no filme ‘O Saci’ de 1951; Lúcia Lambertini e Dulce Margarid, na primeira versão de ‘Sítio do pica-pau amarelo’ para a TV; Zodja Pereira e Leda Zepellin na adaptação da TV Bandeirantes; Dirce Migliaccio, Reny de Oliveira e Suzana Abranches, na primeira adaptação da TV Globo; Baby Consuêlo, no programa ‘Pirlimpimpim’, de 1982; Isabelle Drummond e Tatyane Goulart na segunda adaptação da Glob; Débora Gomez, no ‘Especial Sítio do pica-pau amarelo’, do SBT; e Lindainês Deterling, no programa ‘Pica-pau amarelo’, do SBT.
Além disso, Emília também virou brinquedo, com corpo de pano, e ganhou várias versões artesanais facilmente encontradas na internet.
- Andinha e Gui Gui
Nos anos 1960, duas bonecas eram o sonho de consumo das crianças da época: Andinha e Gui Gui. A primeira, que também fez sucesso nos anos 1970, andava de verdade e mexia a cabeça, por meio de um mecanismo movido a duas pilhas.
Andinha tinha cabeça e braços de vi-vinil, corpo e pernas de plástico inquebrável, cabelo enraizado e penteável, além de olhos de plástico e cílios. Ela usava um vestidinho com inspiração dos início da década.
Já a Gui Gui, junto com a Beijoca, estão entre as primeiras bonecas mecânicas lançadas no país. Também com o selo da Estrela no Brasil, elas foram importadas da Ideal Toy, quando se chamavam Giggles e Kiss. A Gui Gui foi fabricada aqui no ano de 1968 até 1986.
A cada coleção, eram lançados de dois a quatro modelos da boneca, com cabelos loiros, castanhos ou ruivos. As roupinhas e acessórios também mudavam. Com uma franja e o olhar sapeca, Gui Gui tinha um mecanismo que fazia seus olhos se moverem de um lado para o outro, sempre abertos, enquanto dá uma risada.
Funcionava assim: quando os braços eram abertos, a boneca jogava a cabeça para um lado, enquanto os olhos acompanhavam o movimento. Ao mesmo tempo, ela emitia uma risada. Quando os braços se fechavam, o movimento se repetia, só que para o outro lado.
Gui Gui foi tão popular que foi relançada duas vezes, em 2012 e 2017, quando a Estrela comemorou 75 e 80 anos, respectivamente.
- LOL
No natal de 2017, uma boneca liderava os pedidos nas cartinhas para o Papai Noel: a LOL Surprise. Lançada em dezembro de 2016 nos Estados Unidos, os brinquedos chegaram no Brasil em meados de junho de 2017, pela Candide.
Elas são colecionáveis, com cerca de 8 centímetros. As LOL vêm embaladas em uma bola, com diversas camadas de plástico. Ao abrir, a criança se depara com acessórios e adesivos. Ao fim, ela descobre qual boneca ganhou.
A estratégia fez sucesso no YouTube e ganhou os pequenos. O problema é o preço salgado: as LOL chegaram no Brasil por R$ 120, no maior tamanho, e R$ 100 as menores, que seriam as “irmãs menores”.
Alguns modelos funcionam como um brinquedo de piscina, em que elas podem absorver e esguichar água, além de mudarem a cor na roupa. Mas o grande trunfo é o fator surpresa, junto com o fato de serem colecionáveis, com direito a grupo de trocas entre as crianças.
Atualmente, as LOL podem ser encontradas a partir de R$ 50 e em modelos que vêm em caixas e bolas transparentes, além da proposta original. Algumas bonecas são lançadas especialmente para colecionadores e chegam a custar R$ 500.