O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, na manhã desta segunda-feira (17/7), a morte de João Donato. O músico foi um dos pioneiros da bossa-nova e responsável por popularizar a música brasileira no exterior. O chefe do Executivo destacou o legado do cantor até o fim de sua vida e reforçou que “sua música permanecerá conosco”.
“João Donato, pianista, acordeonista, cantor e compositor, foi um dos gênios da música brasileira. Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores. Nascido no Acre, foi no Rio de Janeiro que construiu sua trajetória e marcou a história da música em nosso país, com composições que correram o mundo”, relembrou Lula.
O presidente destacou a importância dele para a música brasileira: “João Donato via música em tudo. Inovou, passou pelo samba, bossa nova, jazz, forró e na mistura de ritmos construiu algo único. Manteve-se criando e inovando até o fim. Que encontre a paz que tanto cantou. Sua música permanecerá conosco.”
Por fim, Lula citou os admiradores de João Donato. “Meus sentimentos aos familiares, amigos, músicos que nele se inspiraram e fãs no mundo todo”, escreveu.
João Donato, pianista, acordeonista, cantor e compositor, foi um dos gênios da música brasileira. Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores. Nascido no Acre, foi no Rio de Janeiro que construiu sua trajetória e marcou a história da música em nosso país, com...
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Donato tinha uma série de problemas de saúde e, recentemente, teve uma infecção nos pulmões. A notícia foi confirmada pela família, mas não foram divulgadas até o momento informações sobre o velório.
Trajetória
Donato foi um dos pioneiros da bossa-nova e responsável por popularizar a música brasileira no exterior. Pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor, ele nasceu em 1934, em Rio Branco, no Acre.
João Donato tinha 74 anos de trajetória musical. Nascido em 17 de agosto de 1934, no Acre, o artista manifestava interesse em música desde a infância. Aos 15 anos, ele tocava sanfona no programa Manhãs na roça, de Zé do Norte — autor da trilha sonora do filme O cangaceiro, de Lima Barreto.
Aos 22 anos, Donato gravou o primeiro disco, Chá dançante, em 1956, sob direção musical de Tom Jobim. Quando recebeu um convite do violonista Nanai para se juntar ao grupo Bando da Lua, em Lake Tahoe, nos Estados Unidos, em 1959, Donato não hesitou. Nos EUA, Donato se enturmou com músicos latinos. Tocou com Mongo Santamaria, Tito Puente, Ralph Peña, Eddie Palmieri e Johnny Martinez.
O músico permaneceu em solo norte-americano por treze anos. Lá, ele gravou o disco A bad de Donato e compôs as músicas Amazonas, A Rã e Cadê Jodel. Donato é visto como um expoente da bossa nova, ao lado de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Como arranjador, ele participou de discos de grande nomes da música popular brasileira, como Gal Costa e Gilberto Gil.
Em 2014, Donato fez uma exibição exclusiva para o Portal Uai na qual conta de onde veio a inspiração para compor músicas como 'Amazonas', 'A Paz', 'Lugas Comum', 'Saudades de Você', 'Vento no canavial', 'Emoriô' e 'Daquele Amor'. Ele também fala dos seus grandes parceiros, como Gilberto Gil e Martinho da Vila, da infância no Acre, da mudança para o Rio, da temporada nos EUA e da volta para o Brasil. Assista:
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