Shows, oficinas, debates, curtas-metragens, duelos de vogue, fotografia, empreendedorismo e artes visuais. Esta é a agenda do ELAS Festival, que será realizado neste sábado (22/7), na Funarte MG, em Belo Horizonte. A quarta edição do evento destaca a multiplicidade de vivências femininas.
“Quando pensamos no tema 'mulher plural', discutimos a complexidade e a diversidade da mulher enquanto grupo social. Isso passa por nossas origens, condições financeiras, orientação sexual, cultura e perspectiva. Mulheres unidas são uma potência”, afirma Ana Linares, produtora cultural e uma das organizadoras do festival ELA.
Duelo de vogue
O evento começa às 13h, com apresentação de Lelê Cirino, vocalista do bloco de carnaval Angola Janga. A DJ Lázara dos Anjos promete animar a pista da área externa, que receberá o duelo de vogue do coletivo Ballroom MG, às 14h.Vogue faz parte da cultura de baile, movimento que valoriza a diversidade de gênero, sexualidade e raça. Os bailes surgiram nos subúrbios de Nova York nos anos 1970. Esses “balls” conquistaram o mundo a partir da década de 1990, prosperando na cena drag.
“É uma espécie de competição aberta ao público, envolvendo mulheres trans e travestis que duelam por meio da dança. Pela segunda vez realizamos a batalha de vogue. Geralmente, elas acontecem de noite, mas no ELAS decidimos que será de dia. Teremos a DJ Lázara, que, além de dançar muito, é professora de vogue”, informa Ana Linares.
Às 16h, o festival destaca a presença da mulher na música, com o show da cantora Augusta Barna, que ganhou o Prêmio Flávio Henrique/BDMG de melhor álbum de música autoral com “Sangria desatada” (2022).
A banda Truck do Desejo, composta por mulheres LGBTQIAP+, será a atração das 17h30, com releituras de sucessos de Cássia Eller e Gal Costa em ritmo de carnaval. As DJs Kingdom e Belisa levarão sua música eletrônica ao festival, às 19h.
“A proposta de programação ampla é acessível para todas as idades. Ao mesmo tempo que tem gente chegando para ver filme infantil, outros estão lá para o vogue. A ideia é valorizar a diversidade e fazer todo mundo conviver junto. O ELAS foi criado com a ideia de ser um projeto feito por mulheres, mas disponível para todas as pessoas”, explica Ana.
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Nos galpões da Funarte, haverá exibição de curtas, a exposição de fotografia “Afetos plurais”, com curadoria de Bianca Aun, reunindo trabalhos de 46 mulheres de todas as regiões do Brasil.
A mostra de empreendedoras, no galpão 4, vai expor acessórios, roupas, artesanato, cosméticos e outros itens criados e comercializados por mulheres. No galpão 5, dedicado às artes visuais, estará em cartaz a “Mostra sangria”, pautada por feminismo, maternidade, aborto, violência doméstica e ativismo, entre outros temas. Às 21h30, a performance da dançarina Vina Jaguatirica, pesquisadora do butô, encerra o festival.
Protagonismo feminino
Produtora cultural há 20 anos, Ana Linares conta que a maioria dos eventos que realizou era comandada por homens. Em 2019, ela e a gestora Luiza Firmata criaram o ELAS para inverter essa história, conferindo protagonismo total às mulheres.
“Depois da pandemia, muitas mulheres largaram empregos fixos e resolveram empreender. Em especial as mães. Elas se viram em situação delicada com as crianças em casa, aulas on-line e optaram por esse caminho”, explica Ana, reiterando que o ELAS dá visibilidade às lutas femininas.
ELAS FESTIVAL
Neste sábado (22/7), das 13h às 21h30, na Funarte MG (Rua Januária, 68, Centro). Entrada franca. Informações: linktr.ee/elasfestival
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria