Dias depois de estrear, “Barbie” continua chamando a atenção do mundo. Além de distanciar a gigante dos brinquedos Mattel da crise econômica, o filme promete impulsionar a carreira da cineasta e roteirista Greta Gerwig em Hollywood.
A americana ficou conhecida por “Lady Bird” (2017) e “Adoráveis mulheres” (2019), longas indicados ao Oscar. Contrariando muita gente, já avisou que não pretende comandar a sequência de “Barbie”, apesar de tamanho sucesso. Afinal de contas, foi a maior estreia da história de um filme dirigido por uma mulher.
No Brasil, a estreia levou 1,2 milhão de pessoas aos cinemas e faturou R$ 22,7 milhões. O impacto do blockbuster não se limita às telas. O efeito Barbie promete novos tempos à fabricante de brinquedos Mattel, que enfrentou crise nos últimos anos em consequência da era digital e da baixa adesão das famílias a bonecos tradicionais.
Combo cinema & brinquedo
O filme foi planejado por 10 anos, com a participação da Mattel. As projeções de lucro dessa empresa somam US$ 950 milhões, quase o triplo do obtido no ano anterior. Barbie está nas vitrines há mais de 60 anos.
Em parceria com a Warner Bros, a gigante dos brinquedos escolheu Margot Robbie como o rosto da boneca. Famosa por interpretar a icônica Arlequina em “Esquadrão suicida” (2016), a atriz australiana, além de viver Barbie, é produtora do longa cor-de-rosa.
Foi Margot quem convidou Greta Gerwig para a empreitada. A diretora e roteirista revelou ao jornal The Guardian que sentiu receio em aceitar o convite. Contou também que tinha o sonho de trabalhar com Margot Robbie e, durante as reuniões, acabou “se apaixonando” pelo projeto.
Greta escreveu o roteiro em parceria com o marido, Noah Baumbach. Surpreendeu o público com uma história feminista e ao escolher Ryan Gosling para viver Ken, o eterno par romântico de Barbie.
Conhecido por seus personagens sérios e introspectivos, seria a oportunidade de introduzir Gosling no mundo da comédia, apostou Greta Gerwig.
Ao podcast Smart Less, a diretora revelou que se divertia com as participações dele no programa de humor “Saturday Night Live” e queria escrever um personagem para Ryan.
O ator aceitou prontamente o desafio. “Alguns atores sabem ser engraçados, sempre senti isso sobre Ryan Gosling. Sou fã de todas as suas esquetes no SNL”, disse Gerwig.
Estrela do mumblecore
“Barbie” é divisor de águas para a cineasta e roteirista americana, de 39 anos. Ela começou sua carreira como atriz, no longa “LOL” (2006), de Joe Swanberg. Logo se tornou figura de destaque do mumblecore, subgênero do cinema alternativo e de baixo orçamento norte-americano.
Em 2017, Greta fez história como a quinta mulher indicada ao Oscar de direção, com “Lady Bird”. A produção custou US$ 10 milhões e somou US$ 79 milhões de bilheteria.
Dois anos depois, ela recebeu seis indicações ao prêmio com “Adoráveis mulheres”, que ganhou a estatueta de melhor figurino. Custou US$ 40 milhões e lucrou US$ 206 milhões nas salas de cinema.
“Barbie” custou US$ 145 milhões, orçamento 14 vezes maior do que o de “Lady Bird” e o triplo do custo de “Adoráveis mulheres”.
Dizendo “não ter mais ideias” para a sequência passada na Barbielândia, Greta está confirmada em dois longas do universo de “Crônicas de Nárnia”, da Netflix, e trabalha como corroteirista da versão live-action de “Branca de Neve”, da Disney, prevista para estrear em 2024.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria