A atriz Gal Gadot em cena de Agente Stone

A atriz israelense, em cena do filme de Tom Harper, confirmou que fará um terceiro título solo da Mulher Maravilha, heroína da DC Comics

NETFLIX/DIVULGAÇÃO

Gal Gadot já tinha uma carreira estável como modelo quando fez sua primeira audição para um filme. Não tinha grandes expectativas, o inglês da israelense não era fluente. Mas foi no teste. Mesmo que não tenha sido chamada, aquela experiência inicial lhe apresentou o cinema. O papel que nunca foi dela era uma Bond girl.

É a própria Gal quem conta esta história. Em junho passado, ela fez um rasante no Brasil para participar do Tudum, festival da Netflix, em São Paulo. E mesmo que entre seus pares estivessem astros como Arnold Schwarzenegger e Chris Hemsworth, os olhares, de fãs e da própria imprensa, se concentraram nela. 

A atriz e modelo de 38 anos confirmou há poucos dias o terceiro filme da "Mulher Maravilha". A heroína da DC Comics, que lhe deu todas as glórias, já teve dois filmes solo e participações em outras produções dos personagens do estúdio. Em aparições públicas, invariavelmente Gal tem que fazer o gesto que caracteriza a personagem.



No Tudum, repetiu o gesto várias vezes, a pedido do público. Mesmo que ali sua missão fosse outra. Participou do evento para divulgar "Agente Stone", filme que a Netflix lança na próxima sexta-feira (11/8). O longa é um misto de James Bond com Mulher Maravilha. A personagem-título, interpretada por Gadot, é uma heroína de carne e osso que tem que lidar com espiões internacionais e sequências de ação quase impossíveis.

"A Mulher Maravilha é a versão feminina do Super Homem, uma semi-deusa, a guerreira mais forte que já existiu. Com Rachel Stone nós forçamos os limites, mas nos certificamos de que os humanos podem fazer todas as coisas (que ela faz). É tudo factível. E queríamos que o público sentisse dor quando a personagem estivesse com dor, que sentisse o soco quando ela recebesse um"

Gal Gadot, atriz


Produtora

Desde "Mulher Maravilha 1984" (2020), a atriz assina como produtora alguns filmes dos quais participa. Não foi diferente com "Agente Stone". Ao lado do marido, o empresário israelense Jaron Varsano, ela fundou em 2019 a produtora Pilot Wave.

"'Agente Stone' começou em 2017, quando meu marido e eu almoçamos com David Ellison e Dana Goldberg, que comandam a Skydance (empresa que hoje produz todos os filmes de Tom Cruise, por exemplo). No final, eles me perguntaram que filme eu gostaria de fazer. Eu disse que queria que fosse de ação. Depois do sucesso de 'Mulher Maravilha', vi que existe muito espaço para esse tipo de filme liderado por mulheres. Além disso, é um gênero que adoro assistir, é o escapismo perfeito", afirma Gadot.

Em essência, "Agente Stone", dirigido por Tom Harper, não é diferente de outras produções do gênero. Há uma ameaça internacional que poderá destruir o mundo, sequências de ação de tirar o fôlego, mocinhos e bandidos. Mas, diferentemente do que dita a tradição do gênero, todas as grandes decisões são tomadas por mulheres. 

"Tenho três filhas e acho muito importante elas se verem representadas com personagens tão poderosos quanto inteligentes. Obviamente, tenho menos músculos do que Schwarzenegger e, como mulher, faço isso (lutar) de uma maneira diferente", diz Gadot. 
Rodada em cinco países (Itália, Portugal, Islândia, Inglaterra e Marrocos), a narrativa começa em uma estação de esqui nos alpes italianos. Rachel Stone (Gal Gadot) é a novata em um grupo de elite do MI6 que entra em ação em uma animada festa em um resort numa montanha gelada.

No comando da equipe está Parker (Jamie Dornan). O quarteto se completa com Bailey (Paul Ready, o gente boa do grupo) e Yan (Jing Lusi). O trio, que já trabalhou em outros casos, tem uma camaradagem natural que chama a atenção de Stone. Isto porque ela está disfarçada entre eles.

Tenho três filhas e acho muito importante elas se verem representadas com personagens tão poderosos quanto inteligentes. Obviamente, tenho menos músculos do que Schwarzenegger e, como mulher, faço isso (lutar) de uma maneira diferente

Gal Gadot, atriz


Cenas de ação

Stone é, na verdade, uma superagente da Carther, uma organização secreta pacificadora que usa tecnologia de ponta para neutralizar ameaças globais e não é ligada a nenhum país. Ninguém sabe dela no MI6, e ela tem que manter a fachada de novata para que a infiltração dê certo.

Porém, mesmo com todo o planejamento, o ataque nos alpes dá errado. O quarteto logo descobre que a hacker Keya Dhawan (Alia Bhatt) foi a responsável por frustrar seus planos. Logo depois, a ação vai para Lisboa - e ali acontece uma das viradas da trama.

Gadot estreou no cinema em 2009, no quarto longa da franquia "Velozes e furiosos". O arrasa-quarteirão de Vin Diesel acabou trazendo-a ao Brasil, quando ela filmou a sequência número 5 da tranquia, "Velozes e furiosos: Operação Rio" (2011). 



"Adoro o Brasil, as pessoas, a praia, a cultura, a música. O processo de desenvolvimento de 'Agente Stone' foi feito nos dois primeiros anos da pandemia, então, para nós, era importante que o público (depois do período de isolamento) tivesse, com o filme, a experiência de estar ao redor do mundo e em locações incríveis. O Brasil também seria um lugar incrível para filmar", diz Gadot, falando sobre a possibilidade de uma continuação da história.

Como preza a cartilha do gênero na atualidade, a trama de "Agente Stone" é recheada de sequências de tirar o fôlego - a primeira coloca Gal Gadot fazendo o impossível a bordo de um esqui. São tantas personagens e locações e tramas internacionais que tudo fica confuso - para o espectador, isto acaba pouco importando, diante da magnitude do que os atores (e seus respectivos dublês) fazem em cena.

"Foram meses de preparação, pois a ideia era fazer com que a ação fosse o mais fundamentada possível. A Mulher Maravilha é a versão feminina do Super Homem, uma semi-deusa, a guerreira mais forte que já existiu. Com Rachel Stone nós forçamos os limites, mas nos certificamos de que os humanos podem fazer todas as coisas (que ela faz). É tudo factível. E queríamos que o público sentisse dor quando a personagem estivesse com dor, que sentisse o soco quando ela recebesse um", comenta Gadot, que teve como referência a franquia "Duro de matar", estrelada por Bruce Willis.

Jamie Dornan e Alia Bhatt (atriz indiana que se tornou a estrela de "RRR: Revolta, rebelião, revolução", vencedor do Oscar de melhor canção) também vieram ao Brasil para a divulgação de "Agente Stone". 

Em sua primeira produção em inglês, Alia comenta que a ação é como um prédio, e que a emoção seria a fundação. "Se não houver emoção, se não se investe nos personagens, a ação colapsa. Não sou fã de filmes de ação, mas gostei deste porque ele te pega pela emoção desde o começo. A personagem da Gal tem imperfeições, e você consegue se identificar com ela."

Para Dornan, ator irlandês que ganhou o mundo com a franquia "Cinquenta tons de cinza", a internacionalização do elenco (e não só o trio que veio ao Brasil, mas a imensa maioria dos atores é de fora dos EUA) é um dos pontos de interesse da produção. "Acho que uma história como esta deveria ser feita por um elenco que tem o sabor de outros lugares. Imagino que se fosse todo com americanos, eu não teria me interessado tanto."


“AGENTE STONE”
(EUA, 2023, 122min.). Direção: Tom Harper. Com Gal Gadot, Jamie Dornan e Alia Bhatt. O filme estreia na próxima sexta-feira (11/8), na Netflix.