É com a canção “Guerreira”, gravada por Clara Nunes em álbum homônimo de 1978 (música que traz os versos “Se vocês querem saber quem eu sou/ Eu sou a tal mineira/ Filha de Angola, de Ketu e Nagô/ Não sou de brincadeira/ Canto pelos sete cantos não temo quebrantos”), que Aline Calixto abre seu mais recente disco, “Clara viva”, em homenagem à sambista de Caetanópolis, morta há 40 anos.
'Uma coisa que eu acho maravilhosa é que a obra da Clara é atemporal. O nome do disco, 'Clara viva', é justamente para mostrar isso, que mesmo passados 40 anos da partida dela, ela continua viva para várias cantoras, cantores, pessoas que conviveram com ela, pessoas que não a conheceram; para várias gerações'
Aline Calixto, cantora
Transformista na TV
A admiração, segundo ela diz, é anterior à fase da carreira profissional. “Na infância, quando tive contato com a imagem dela pela primeira vez, já me encantou muito”, relembra, citando que a primeira vez que viu a figura de Clara Nunes foi num programa de televisão em que uma transformista se vestia como Clara.Lado B
Logo, os três partiram para o “lado B” da cantora. “A gente chegou num formato muito diferente, que não é um formato de samba tradicional. Até porque a Clara não cantou só samba – claro que ela cantou muito samba, mas não se limitou a ele. Ela cantava forró, baião, ijexás, afoxés”, destaca Calixto. “Então, montamos um repertório que contemplasse todos esses estilos que ela gravou”, emenda.“No disco tem, por exemplo, ‘Afoxé pra Logun’, que, pra mim, é o afoxé mais bonito que existe na vida. Tem também ‘Fuzuê’, ‘Tributo aos orixás’ e ‘Nação’”, cita ela. “Tentei fazer essa mistura, trazendo um pouco do que o grande público já conhece e também um pouco daquilo que não é tão conhecido, tão revisitado pelos intérpretes”, aponta.
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