Grupo de teatro Quatroloscinco

Quatroloscinco celebra 15 anos de carreira e lança três experimentos cênicos dentro do projeto Encontro Comum

Luiza Palhares /DIVULGAÇÃO

"É um momento no qual nos permitimos experimentar coisas que ainda não havíamos feito dentro da trajetória do grupo. É um projeto que achamos que pode gerar frutos e caminhos ou mesmo apontamentos para futuros espetáculos"

Marcos Coletta, ator do Quatroloscinco


Para celebrar os 15 anos de carreira, o grupo teatral Quatroloscinco traz aos palcos do entorno da Praça da Estação três experimentos cênicos em parceria com os diretores Eid Ribeiro, Ricardo Alves Jr. e Sara Rojo. O projeto Encontro Comum será aberto nesta sexta-feira (18/8) com o espetáculo “Quatroloscinco + Sara Rojo: Postremus”, às 20h, na Funarte. Haverá também sessão no sábado (19/8), às 17h. Na quarta (23/8) e quinta (24/8), às 20h, a apresentação será no Teatro Espanca, com “Quatroloscinco Ricardo Alves Jr.: Km 592”. Para finalizar, na segunda-feira (28/8) e terça (29/8), às 20h, “Quatroloscinco Eid Ribeiro: Crônicas da rua”, no Centro Cultural UFMG.

Formam o Quatroloscinco os atores Assis Benevenuto, Italo Laureano, Marcos Coletta, Maria Mourão e Rejane Faria. Segundo Coletta, o objetivo é focar na troca com os três diretores convidados para construir experimentos cênicos de diferentes linguagens e estéticas. “Cada artista foi convocado a propor ao grupo alguma ideia ou provocação criativa, a partir de suas próprias pesquisas. Encontro Comum, como o próprio nome diz, teoriza esses encontros que o grupo está propondo. Convidamos três diretores que acompanhamos e admiramos.”

Coletta explica que o grupo pediu a eles que cada um propusesse três experimentos a partir de ideias que viessem deles. “Estamos chamando de experimentos porque tem esse caráter processual. São exercícios cênicos dos quais vamos apresentar cenas”.

O ator ressalta que, como o projeto foi aprovado em edital da Prefeitura de Belo Horizonte, Zona Cultural Praça da Estação, as apresentações acontecerão nos espaços da Região Central justamente por isso. “Faremos itinerância por esses espaços, ocupando-os de formas diferentes, a partir das propostas de cada diretor. É um projeto que permite ao grupo experimentar linguagens estéticas diferentes. Vamos na onda dos diretores e nos deixaremos levar pelo que estão propondo.”

NOVOS CAMINHOS
 Coletta avisa que o Quatroloscinco também experimenta outras formas de organização com o novo projeto, até mesmo dentro do grupo. “Maria Mourão ,que é nossa produtora, atua em uma das cenas, sendo que nunca havia atuado antes conosco. É um momento no qual nos permitimos experimentar coisas que ainda não havíamos feito dentro da trajetória do grupo. É um projeto que achamos que pode gerar frutos e caminhos ou mesmo apontamentos para futuros espetáculos.”

Para o ator, o novo projeto pode, inclusive, fomentar novas ideias para a produção do grupo. “Nesta experimentação, quem sabe surge a ideia de um caminho para o próximo espetáculo que estrearemos ano que vem?”, questiona Coletta. “Já temos um projeto de um espetáculo novo para 2024, então, esse vem a calhar, porque nos ajuda a entrar nesse estado criativo.”. Ele explica que este ano foi um ano de retorno das atividades, de forma mais efetiva. “Ano passado estávamos voltando, por causa da pandemia.”

CONEXÕES 
O ator ressalta que o grupo está com várias apresentações programadas até o fim do ano, quando completará 16 anos. “Como a circulação do repertório, das peças que já temos, vamos fazer algumas ainda e temos agendas fechadas. Temos também outro experimento com o Magiluth, grupo de teatro de Recife.”

Coletta ressalta que o legal dos experimentos é que o grupo está exercitando a liberdade criativa. “Isso é uma coisa que o Quatroloscinco não faria em suas peças. Então, estamos, de fato, experimentando coisas que, talvez em um contexto de criar um espetáculo do repertório do grupo, a gente não fizesse. Estamos experimentando coisas que já estavam no nosso leque de interesse. O Ricardo, por exemplo, dirigiu o nosso último espetáculo que é o ‘Tragédia’. De certa forma, a gente continua um diálogo que começamos com ele nessa peça.”

O ator garante trabalhar com Sara Roja e Eid Ribeiro, que são de outra geração, é um aprendizado. “São pessoas veteranas, que a gente sempre acompanhou, assistiu, admirou e agora tentamos trocar com eles em criação. Creio que será uma oportunidade bacana”. Ele explica que o primeiro experimento chama-se “Postremus”, tem direção de Sara Rojo, com uma dramaturgia autoral, escrita por Assis Benevenuto, a partir de um diálogo com o livro “Noturno do Chile”, do escritor chileno Roberto Bolaño.

VÁRIAS LINGUAGENS 
O segundo, conduzido pelo diretor e cineasta Ricardo Alves Jr., é o curta- metragem “Km 592”, filmado nos arredores de BH. Durante a exibição do filme, o elenco realizará intervenções cênicas simultâneas à exibição. O trabalho dá continuidade à pesquisa que o Quatroloscinco vem desenvolvendo no cruzamento entre teatro e cinema desde o espetáculo “Tragédia” (2019), passando pelo projeto de leituras em formato audiovisual realizado na pandemia (2020-2022) e pelas releituras em vídeo que o grupo fez de alguns de seus espetáculos no início de 2023. O terceiro, “Crônicas da rua”, em parceria com Eid Ribeiro, é uma leitura performática de uma parte das crônicas escritas por ele em um jornal local, no final da década de 1990.

“ENCONTRO COMUM”
• Estreia nesta sexta-feira (18/8), às 20h, e sábado (19/8), às 17h, na Funarte (Rua Januária, 68 – Floresta), com o espetáculo “Quatroloscinco Sara Rojo: Postremus”. Quarta-feira (23/8) e quinta-feira (24/8), às 20h, no Teatro Espanca (Rua Aarão Reis, 542 – Centro), com “Quatroloscinco Ricardo Alves Jr.: Km 592”. Segunda-feira (28/8) e terça-feira (29/8), às 20h, no Centro Cultural UFMG (Avenida Santos Dumont, 174 – Centto), com “Quatroloscinco Eid Ribeiro: Crônicas da rua”.
• Entrada gratuita.