Oito anos atrás, quando estreou no Brasil, na época do centenário de Édith Piaf (1915-1963) com "Piaf! O show", a cantora Anne Carrere levou um susto. "Na primeira apresentação, a plateia estava louca. Eu me lembro de ver pessoas chorando, batendo palmas e os pés. Voltei oito vezes para o palco no final do show. Ou seja, não há público melhor do que o do Brasil", afirma.
A intérprete que se especializou no repertório do ícone da chanson française está de volta ao país para uma nova homenagem, mas com outro repertório. Nesta sexta-feira (18/8), Carrere apresenta no Palácio das Artes o espetáculo "Piaf! Non, je ne regrette rien”.
"A ideia é mostrar a mulher atrás da artista. Tanto que mostramos diferentes facetas da personalidade dela", diz a cantora francesa. Acompanhada de quatro músicos, Carrere percorre um repertório de três décadas - dos anos 1930, quando Piaf cantava em qualquer lugar em Paris para sobreviver, até 1961, quando se consagrou em uma apresentação histórica no Olympia. A trajetória da diva será recuperada também por meio de fotografias.
Nascida em Toulon, Sul da França, Carrere envolveu-se profundamente no universo de Piaf a partir de 2014, quando foi selecionada para interpretá-la no musical que rodou o mundo para celebrar os 100 anos de nascimento da cantora.
A relação de Carrere com Piaf, no entanto, é bem anterior a isso - e faz parte da história de sua família. "Eu tinha 3 anos e me lembro que minha avó ouvia muita música francesa. Jacques Brel, Charles Aznavour e Piaf", conta. A primeira canção de Piaf que ela conheceu, por intermédio da avó, foi "L'hymne à l'amour" (Hino ao amor). "Não me chamou a atenção particularmente."
Mas, ao ouvir histórias do passado da avó, de quando ela, também quando criança, viu Piaf no palco, e da emoção que sentiu naquele momento, Carrere se interessou. Já na adolescência decidiu que seria cantora. Aproximou-se do jazz por meio do pianista Michel Pettruciani, participou de vários programas de TV.
Hoje estabilizada como intérprete de Piaf, Carrere continua viajando pelo mundo. "A reação é bem diferente, tudo depende da cultura e do país", comenta. Na França, ela diz, a plateia é geralmente mais velha. Já em outros lugares há muitos jovens. "Piaf é um símbolo de Paris e muitos estrangeiros começam a aprender o francês por meio das canções dela."
Para a intérprete, mesmo que a trajetória de Piaf traga tantas canções importantes - "La vie en rose", "La foule", "Padam padam" - no palco a música mais importante é "Mon Dieu". "Há dois anos perdi minha avó. E esta canção é como uma prece sobre amor e perda", diz Carrere.
“PIAF POR ANNE CARRERE”
• Show nesta sexta (18/8), às 21h, no Palácio das Artes,
• Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400.
• Ingressos: R$ 140 (meia, plateia superior) a R$ 400 (inteira, setor 1).
•À venda na bilheteria e no site Eventim.
• Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400.
• Ingressos: R$ 140 (meia, plateia superior) a R$ 400 (inteira, setor 1).
•À venda na bilheteria e no site Eventim.