Dez anos atrás, o Grupo Giramundo lançou “As aventuras de Alice no País das Maravilhas”, espetáculo que trazia as vozes (gravadas) de Fernanda Takai como a personagem-título e de Arnaldo Baptista como o Chapeleiro Maluco. Na época, a companhia de teatro de bonecos já participava do show “Música de brinquedo”, do Pato Fu.





A relação se intensificou mais tarde, quando grupo e banda lançaram um projeto conjunto, “Alice live”. Criada para os adultos, mas adorada pelo público infantojuvenil, a montagem ganha apresentação neste domingo (20/8), no Palácio das Artes, como parte da programação do projeto Diversão em cena.

Ao vivo

O “live” do título é literal. No palco, são 21 pessoas, entre marionetistas do Giramundo, músicos da banda, atores e técnicos. São 65 bonecos, de diferentes técnicas de manipulação. O Pato Fu toca ao vivo canções produzidas pelo guitarrista John Ulhoa.

 

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“Quando o 'Alice' surgiu, eu já pensava no Pato Fu, na Fernanda fazendo a personagem e no John como uma espécie de maestro, pois ele é o construtor nato de trilha, tem imaginação sonora para fazer a música acompanhar as imagens”, comenta Marcos Malafaia, diretor do Giramundo.





O espetáculo foi apresentado apenas em Belo Horizonte. Estava adormecido desde a pandemia e retorna agora, quando grupo e banda estão juntos em outro projeto, a série infantojuvenil “Música de brinquedo”, que estreou há poucas semanas no canal Nick, exibindo novos episódios aos sábados.

“Ver o 'Alice' voltar agora é muito promissor para o Giramundo, pois ele indica caminhos que vão muito além do que o grupo já formatou. É um espetáculo que tem formato de show. E show carrega outro tipo de público, de espaço. Ou seja, ele une dois universos”, acrescenta Malafaia.

Neste retorno, Marcos não estará em cena, pois dividirá com outra diretora do Giramundo, Beatriz Apocalypse, a “pilotagem” da mesa de som e de luz.

Além da banda e dos bonecos, o espetáculo ainda conta com animações. “Vejo 'Alice' como uma espécie de filme. Dentro de um quadro nós temos os bonecos reais, e eles também estão num filme. E em outro espaço, mas também integrado a esse filme, está a banda”, explica Malafaia.





Para ele, “Alice live” traz referências tanto de ópera quanto de musical. “Mas não há diálogos cantados, ainda que a música esteja presente o tempo inteiro. É uma invenção em que o Giramundo precisa se aprofundar. Nosso objetivo é transpor essa experiência para o cinema, fixar a união dos bonecos com a animação.”

Colapso e superação

A companhia mineira completou seu cinquentenário no primeiro ano da pandemia. Malafaia comenta que foi difícil sobreviver durante a crise sanitária. “A Cemig (atual patrocinadora) protegeu o grupo da extinção. Nosso acervo esteve à beira de ser colapsado, perdido, o museu estava fechado. Entramos em um projeto de restauração e catalogação e somente agora estamos remontando os espetáculos.”

Nesse retorno pós-pandemia, os planos são grandes. O grupo está remontando vários espetáculos, muitos deles clássicos (como “Cobra Norato” e “Orixás”, apresentados recentemente), e também formando nova equipe de marionetistas.

“Nossa expectativa é chegar ao final de 2024 com 20 espetáculos ativos”, diz Marcos Malafaia. Catorze deles já voltaram à ativa, então o momento é promissor.

“ALICE LIVE”

Com Giramundo e Pato Fu. Projeto Diversão em Cena. Neste domingo (20/8), às 17h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada), à venda na bilheteria e no site eventim.com.br. Informações: (31) 3236-7400.

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