Plateia durante o Duelo de Mcs embaixo do Viaduto Santa Tereza, em BH

Multidão durante o Duelo de MCs na Virada Cultural de BH, no último domingo (20/8)

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, na quarta-feira (23/8), o projeto que reconhece a relevância cultural do hip hop e de seus elementos na formação e fomento da identidade cultural das periferias de Minas Gerais.

 

A matéria aguarda sanção do governador Romeu Zema (Novo) para virar lei. Autora da proposta, a deputada Andreia de Jesus (PT) afirma que o objetivo é valorizar o movimento, muito presente na cena cultural do estado. Belo Horizonte é considerada celeiro do rap nacional.

 

O projeto aprovado prevê aos elementos do hip hop (dança urbana/break, graffiti, rap e discotecagem) a proteção do Estado, por meio de inventários, tombamento, registro e outros procedimentos administrativos.

 

Também está previsto que artistas ligados ao hip hop sejam incluídos pelo poder público estadual na discussão e formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da cultura e da cidadania.

 

Surgido em Nova York (EUA), em 1973, o hip hop chegou ao Brasil na década de 1980, tornando-se potente forma de expressão de jovens negros e da periferia na luta contra a exclusão social e o racismo. 

 

Entre as vozes brasileiras do movimento estão Racionais MCs, Sabotage, Thaíde, Rapin Hood, Emicida, Marcelo D2, Baco Exu do Blues, Karol Conká, Negra Li, Flora Mattos, MV Bill, Xamã,, Gog e Tássia Reis.

 

 

BH: celeiro de talentos

Em Belo Horizonte é realizado o Duelo de MCs, desde 2007, concurso de rappers que se destaca na cena nacional. Também é de BH o cantor e compositor Djonga, considerado um dos nomes mais importantes do rap brasileiro, ao lado dos mineiros FBC, Hot, Oreia, Sidoka, Mac Julia, Laura Sette, Iza Sabino e Paige, entre outros.

 

A deputada Andreia de Jesus destaca “a descriminalização do hip hop” a partir da aprovação do projeto pela Assembleia. Para ela, trata-se de “reparação histórica à população negra, periférica e favelada”.

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria