Um saldo bastante positivo, assim o produtor cultural Bruno Golgher define o balanço do Savassi Festival 2023, que teve início em 20 de agosto e terminou na noite de ontem (27/8). Para o empresário, o sucesso do evento é um motivo a mais para incrementar e agregar novas ideias à edição de 2024.




 
Segundo Bruno, o festival é uma matriz de atividades. “As educativas, como o treinamento e a residência artística para Mulheres na Música (Trama), da cantora, pianista, produtora e professora Glaw Naver, e o congresso da UFMG, foram bem-sucedidos, com interesse (pelo público) e relevância.”
 
Para o produtor, a edição de 2023 solidificou a parceria entre o Savassi Festival e o Conservatório da UFMG, entre outras. “Tivemos shows na rua e em espaços como o Café com Letras ,que super funcionou, assim como o Clube de Jazz, com apresentações incríveis de Jaques Morelenbaum, Joatan Nascimento, Benjamin Taubkin, Mamour Ba, Carlos Malta e Juarez Moreira, entre tantos outros. Aliás, Juarez fez uma apresentação linda, maravilhosa e emotiva, na terça-feira (22/8).”
 
Já as apresentações ocorridas na Fundação de Educação Artística (FEA), segundo o produtor, ainda que tenham artisticamente funcionado, teve público reduzido porque eram “shows bastante específicos”. Entretanto, o concerto do pianista Rafael Macedo fez o contraponto, de acordo com Bruno. “Entendo que é uma estética musical específica, mas, na verdade, o mais importante é a parceria de projetos. A FEA é essencial para a formação artística dos músicos.”





MULTIPLICIDADE DE PALCOS Os shows na rua, no balanço geral, foram o ponto alto do evento, segundo Bruno. “Ter uma multiplicidade de palcos era um desejo antigo e queria voltar a fazer isso. Este ano foram três palcos na Savassi, um na Praça da Liberdade e outro na Floriano Peixoto. O palquinho do Clube do Jazz foi um teste para ver se conseguimos fazer coisas com alguma periodicidade.”
 
Para 2024, o produtor já pensa em ampliar o número de palcos , além de outras ideias. “Quero trazer mais curadores de outros festivais, que é muito importante para os músicos mineiros e para que eles possam conhecer os nossos artistas, inclusive, convidando-os para participar de outros festivais. Esse é o meu plano número 1”, revela Bruno.
 
O pianista Benjamim Taubkin destaca que foi “satisfação enorme” participar do festival, “É um belo evento e muito bem organizado. Acho que o festival tem uma visão generosa da música, dos músicos e do público, além de ter visão de ocupar a cidade e de diálogo com a população.”
Nos palcos, o pianista apresentou o show “Experimentos”’, que, segundo ele, foi um trabalho de risco. “Mas foi muito bom receber o retorno das pessoas, com uma resposta imediata das pessoas. “Gostei também da ideia da passagem de som com público. Foi bacana conversar com as pessoas, responder curiosidade e trocar uma palavra com elas.”




 
O músico Juarez Moreira destinou parte do seu show para músicas de seu novo álbum, “Dedicatórias”. “É um disco novo, dedicado a pessoas, situações e lugares. O festival é muito bacana e também contempla a garotada. Tem muitos músicos jovens tocando e o evento abrange vários tipos de música. Só de ter isso, a gente tem que bater palmas.”.

NOSTALGIA Izabela Morais conta que foi a primeira vez que levou o filho de 3 anos, Francisco, ao Palco Jazzinho, montado na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia, onde assistiu ao show “Snoopy & Charlie Brown”, com o quarteto Cliff Korman (piano), Camila Rocha (contrabaixo), Mauro Rodrigues (flauta) e Paulo Fróis (bateria). “Acho importante ocupar um espaço público e introduzir as crianças nesse gênero musical e de uma maneira lúdica. São canções que a gente viu nos desenhos, muito bacana.”
 
Presentes também à apresentação de “Snoopy & Charlie Brown”, os primos Hermann e Bernardo Camponizzi dizem que adoraram o show. “Frequentamos o Savassi Festival desde antes da pandemia e agora retornamos, pois o evento traz uma programação intensa e de qualidade”, diz Hermann. “Acompanhamos os desenhos do Snoopy e Charlie Brown e gostamos demais do show, pois tivemos um momento de nostalgia”, conta Bernardo.




 
O flautista Mauro Rodrigues enaltece a parceria com Cliff Korman. “Tenho uma relação amiga com ele, muito irmã e os músicos Camila e Paulo foram nossos alunos. Ficamos orgulhosos de ter participado da formação deles. E acho o máximo a ideia do jazzinho para crianças.” O músico também revela que tanto ele quanto o Cliff participaram da organização do congresso Pensar Música, parceria do festival com a Escola de Música da UFMG e a Uni-Rio. “É o quarto ano que a gente faz e estou começando a sentir uma interação legal entre essa questão acadêmica da pesquisa e os artistas.”

TECNOLOGIA Ele destaca as mesas de pesquisas e trabalhos em andamento e a afrodiaspórica, com o Gil Amâncio, Joatan Nascimento e Naty Rodrigues. “Teve uma mesa na qual o Cliff fez a moderação de música e tecnologia que foi muito legal também, principalmente quanto ao trabalho do instrumentista Sergio Krakowski”, conclui.

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