Uma das principais atrações do domingo no The Town, Alok é o brasileiro mais ouvido no mundo. Ele tem mais de 24 milhões de ouvintes mensais no Spotify e chega a fazer 320 shows por ano. A vocação de se apresentar para plateias gigantes o acompanha desde o início de sua carreira, numa carreira que se anunciava já na infância numa casa de pais DJs.
"A primeira vez em que toquei foi um desastre", lembra Alok. "Mas na segunda já foi diferente. Sempre fui introspectivo. Mas, nesse dia, na hora em que levantei o braço, todo mundo levantou comigo. Ali pensei 'você está certo'. Entendi que queria me conectar com o máximo de pessoas."
Se conectar com esse tanto de gente era, de alguma forma, contrariar o caminho traçado por seus pais. Criado sob influência musical direta deles, Alok diz que sempre ouviu música eletrônica e que, se quisesse ouvir Sandy e Junior, tinha de ser escondido.
Aos 19 anos, ele começou a faculdade de relações internacionais, por acreditar que a música era um rumo profissional incerto. Chegou a pensar em abandonar as produções e parar de tocar, mas seu pai insistiu que ele continuasse.
"Ele falou o contrário do que os outros pais falam. Me mandou largar a faculdade", afirma. "Hoje em dia vivo mais as relações internacionais do que meus colegas que estudaram comigo. Ano passado, por exemplo, eu estava na ONU, tocando com indígenas."
Alok começou a atrair atenção com trabalhos como "Snoop Sings", no qual usa um sample de Snoop Dogg e um remix de "Puro Êxtase", do Barão Vermelho. Até que "We Are Underground", lançada há dez anos em seu perfil no Soundcloud, acumulou 1 milhão de plays. Isso o levou a outro patamar no universo da música eletrônica.
Escolhido o quarto melhor DJ do mundo pela revista DJ Mag há dois anos, Alok sabe que se comunica mais com o mercado internacional.
Ele fez música com brasileiros. É o caso do trap "Ilusão (Cracolândia)", que reúne MC Hariel e MC Ryan SP, e do funk "Liberdade", com MC Don Juan. A maior parte de seu trabalho, no entanto, é gravada em inglês.
Ele vê sua relação com o Brasil mais ligada à representação do país no exterior. Faz questão de afirmar sua nacionalidade e diz que quer abrir caminhos para outros brasileiros.
A brasilidade, como linguagem, aparece em trabalhos específicos. "Atualmente fiz parceria com escolas de samba."
Um desses trabalhos é o que desenvolve com indígenas de diferentes etnias desde o ano passado e que será lançado em setembro. "É o mais importante da minha carreira", diz Alok. Sua ideia é popularizar as causas indígenas. Em abril deste ano, ele esteve no plenário da Câmara dos Deputados para discursar pela proteção dos povos originários.
Para o The Town, Alok diz que preparou um set que os brasileiros não costumam ver. "Será bem diferente do Rock in Rio. O The Town vai se aproximar mais do que tenho feito lá fora", afirma. Ele promete várias músicas que ainda não foram lançadas e drones. "Meu show vai se conectar com a cenografia do palco, que é uma cidade."
ALOK NO THE TOWN
Quando: Dia 3 de setembro, às 18h15, no palco Skyline.
Entradas esgotadas para o dia 3
Onde: Autódromo de Interlados - av. Sen. Teotônio Vilela, 261, São Paulo
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