“Caruncho” foi anunciado na sexta-feira (1º de setembro) como o grande vencedor da primeira edição do Prêmio AML, da Academia Mineira de Letras. A passagem do tempo e a deterioração das coisas e das relações são os temas centrais do quarto romance da mineira Laura Cohen Rabelo.
“Quando me ligaram, achei que estavam brincando comigo. Ainda não associei muito bem o que está acontecendo”, revelou a escritora, que também é mestre em estudos literários.
Laura destaca o perfil da premiação, que divide o valor R$ 100 mil entre autora e editora. “É muito legal, porque não se premia só quem escreve, mas todo mundo que fez parte da produção da obra”.
No total, R$ 60 mil ficam com a autora e os outros R$ 40 mil serão destinados à Impressões de Minas.
O presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão, explicou que a escolha de dividir a premiação entre autor e editora foi pensada para reconhecer a importância do trabalho de publicação, valorizando o crescente movimento editorial do país.
Em “Caruncho”, Laura Cohen usou uma de suas grandes paixões para construir a narrativa: a música clássica. Na trama, entram em conflito um maestro de 65 anos, cujo corpo adoecido pode impedir que suba ao palco novamente (coisa que ele mais deseja), e uma violoncelista de 35 anos, no auge da saúde e talento, que desiste de sua carreira e se propõe a fazer o último concerto.
Conexão e pluralidade
Lins Brandão, que tomou posse em maio deste ano, reafirma o desejo de reforçar a conexão da Academia com o mundo contemporâneo, acolhendo a pluralidade de vozes alinhada ao propósito de incentivar a produção literária no estado.
“Temos em Minas uma situação interessante, porque tem muita gente escrevendo e muitas editoras, inclusive pequenas, publicando material de ótima qualidade. Então, é um prêmio que chega em muito boa hora”, afirmou o presidente em entrevista ao Estado de Minas, no início do ano.
A comissão julgadora foi presidida pelo secretário-geral da AML, J. D. Vital, e composta por Angelo Oswaldo de Araújo Santos, Humberto Werneck, Maria Antonieta Antunes Cunha, Maria Esther Maciel, Olavo Romano e Wander Melo Miranda. Os acadêmicos analisaram 12 títulos.
A cerimônia de premiação da autora e da editora está prevista para outubro.
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro
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