Em homenagem aos 90 anos de nascimento do maestro e compositor Carlos Alberto Pinto Fonseca (1933-2006), a Fundação Clóvis Salgado (FCS) e o Coral Ars Antiqua promovem um encontro de vozes em torno da obra do artista mineiro.
As apresentações, que integram a série Concertos da Liberdade e o Festival Carlos Alberto Pinto Fonseca, serão realizadas nesta terça (5/9) e na quarta-feira (6/9), às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes.
Regente do Coral Ars Antiqua, a maestrina Ângela Pinto Coelho, que foi casada com Carlos Alberto Pinto Fonseca por 20 anos, ressalta que as nove décadas de nascimento do compositor estão sendo celebradas “com muita emoção”.
“Ars Antiqua, que é o anfitrião e o coro que rejo, o Ars Nova – Coral da UFMG, sob a regência de Lincoln Andrade, o Coral Lírico do Palácio das Artes, com regência de Hernán Sánchez, e o Coro Contemporâneo de Campinas, com regência de Angelo Fernandes, são todos de altíssimo nível e vão interpretar peças compostas e arranjadas pelo maestro Carlos Alberto”, informa a maestrina.
Segundo Ângela, cada coral fará apresentação de 25 minutos, interpretando repertório variado. Porém, todos cantarão duas composições de Carlos Alberto. “Ele deixou 240 composições para coro”, lembra.
Premiado internacionalmente como regente e compositor, Fonseca levou a música brasileira a diversos países e contribuiu para o reconhecimento da musicalidade orquestral e coral brasileiras. É autor de cerca de 20 peças afro-brasileiras e mais de 100 arranjos e composições de outras escolas.
Sua obra-prima, a "Missa Afro-Brasileira", é considerada uma das mais importantes peças do repertório sacro para coro e solistas.
Missa afro-brasileira e atabaques
A quarta-feira (6/9), informa a maestrina, será o ponto alto do festival. “Apresentaremos a 'Missa afro-brasileira', de Carlos Alberto, com 160 vozes no palco, com acompanhamento de atabaques e sob a minha regência.”
Participam também os solistas Márcia Diniz (soprano), Edineia Oliveira (contralto), Marcos Thadeu de Miranda Gomes (tenor) e Mauro Chantal (baixo).
A percussão ficará a cargo dos músicos Acauã Ranne, Gilson Junio, Farley Henrique e Pablo Oliveira. O arranjo de percussão é de Djalma Corrêa, respeitado instrumentista mineiro que morreu em dezembro do ano passado, com revisão e registro em partitura de Eduardo Campos.
A regente destaca que as homenagens a Carlos Alberto conseguiram reunir acadêmicos de várias partes do Brasil. “Tivemos a participação de professores de fora que fizeram palestras em BH. Eles vieram da USP, em São Paulo, de Campinas, da Paraíba e do Rio de Janeiro. Esse painel é importantíssimo, porque tudo gira em torno da vida e da obra de Carlos Alberto”, afirma Ângela Pinto Coelho.
De acordo com a maestrina mineira, fora a responsabilidade, é muita emoção participar do evento dedicado ao marido.
“Isso porque é uma lembrança, uma grande vivência, uma coisa incrível. Inclusive, estou desenvolvendo na Unicamp, em Campinas, a tese cujo tema é 'Escola de regência Carlos Alberto Pinto da Fonseca'”, informa.
“Depois disso, a minha intenção é lançar um livro com toda a obra e a parte acadêmica da escola dele”, revela.
ENCONTRO DE CORAIS - FESTIVAL CARLOS ALBERTO PINTO FONSECA
Nesta terça (5/9) e quarta-feira (6/09), às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Informações: (31) 3236-7400.
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