A tão aguardada biografia de Elon Musk, lançada nesta terça-feira (12/9), descreve o magnata como homem atormentado por demônios de infância, obcecado em levar a vida humana a Marte e que exige lealdade total de sua equipe.





“Elon Musk” foi escrito pelo biógrafo Walter Isaacson, ex-editor-chefe da revista Time, conhecido pelo retrato bem-sucedido do cofundador da Apple, Steve Jobs, e pelas investigações sobre as vidas de Albert Einstein e Leonardo da Vinci.


Horas após seu lançamento na Amazon, as pré-encomendas já haviam transformado “Elon Musk” no livro mais vendido do site nos Estados Unidos. No Brasil, o livro sai pela editora Intrínseca.

 

 

Pai abusivo

Grande parte da vida precoce do bilionário já é amplamente conhecida, com foco na relação abusiva e manipuladora com o pai, Errol, a quem Musk despreza.


A biografia sugere que Musk opera no estado que sua ex-parceira, a cantora canadense Grimes, chama de “modo demônio”, o que, segundo Isaacson, o torna altamente produtivo.


Muitas das incógnitas vêm de um período mais recente, quando Isaacson seguiu de perto o empresário, com acesso direto à sua vida cotidiana.





Um trecho relata como Musk frustrou, pessoalmente, o plano do Exército ucraniano para realizar megaoperação na Crimeia, negando acesso à internet da Starlink, sua empresa de conexão via satélite, o que provocou uma resposta furiosa de Kiev.


No entanto, Isaacson foi forçado a se retratar da descrição do episódio depois que Musk afirmou que o acesso à Starlink ainda não estava operacional na Crimeia, área estratégica do conflito russo-ucraniano, na época de sua decisão.


A caótica e impulsiva aquisição do Twitter por parte de Musk, que ele rebatizou como X, também recebe muita atenção. O livro descreve como o bilionário luta para reconhecer que a tecnologia e a força de vontade não criarão milagres.





Vingança e demissões

Outro tema recorrente no relato de Isaacson são as tendências vingativas de Musk a céticos e críticos em relação a ele.


Após adquirir o Twitter no final do ano passado, Musk e colaboradores mais próximos revisaram e-mails e redes sociais, demitindo imediatamente dezenas de funcionários que haviam criticado o novo proprietário. No final, dois terços dos 7,5 mil trabalhadores foram mandados embora.


Em outro episódio, Musk desafiou avisos e, com a ajuda de pequena equipe, transferiu servidores-chave de um centro de dados em Sacramento, na Califórnia, para reduzir custos, o que resultou em uma série de interrupções significativas.


Ele também se recusou a se associar a Bill Gates em projetos beneficentes, porque o fundador da Microsoft havia apostado contra o sucesso da Tesla na bolsa.


O jornal americano Washington Post elogia o trabalho jornalístico, mas lamenta que Isaacson “tenha priorizado anedotas reveladoras e a crônica por trás das cenas acima de uma visão crítica sofisticada”.





A influente analista de tecnologia americana Kara Swisher disse que a biografia conta a história do “filho triste e inteligente que lentamente se transforma no pai mentalmente abusivo que ele odeia”.
Swisher conclui: “Ele muitas vezes está certo, às vezes está errado, mas sempre é uma pessoa mesquinha”.

Pai de 10 filhos

Elon Musk, que se diz preocupado com a superpopulação do planeta, tem 10 filhos. Foi mantido em segredo o terceiro bebê que teve com a cantora canadense Grimes, chamado Techno Mechanicus. Os outros se chamam X AE A-Xii e Exa Dark Siderael Musk.

 

O casal se separou em 2021. Elon também é pai de uma transexual que renega o sobrenome. Doador de esperma para Shivon Zilis, executiva da Neuralink, empresa de sua propriedade, Musk é pai biológico de gêmeos.

 

 

(foto: Intrinseca)
ELON MUSK

. De Walter Isaacson
. Tradução: Rogerio W. Galindo e Rosiane Correia de Freitas
. Intrínseca
. 656 págs
. R$ 99,90
. R$ 62,90 (e-book)

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