Celebrar os 65 anos da Bossa Nova é a intenção da dupla Leila Pinheiro e Roberto Menescal, que se apresenta nesta sexta-feira (15/9), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. O repertório traz canções de Tom Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes, Marcos Valle, Johnny Alf, Durval Ferreira e do próprio Menescal, considerado um dos pais do gênero musical criado no Rio de Janeiro no final dos anos 1950.
Leila está adorando voltar ao palco com Menescal. “Há muito tempo não fazemos juntos um show grande assim. Nós vamos comemorar também os 85 anos dele, motivo de muita celebração. É emocionante ver um homem com essa idade no palco, cheio de vida, saúde, compondo, arranjando e ainda se juntando com as novas gerações, o que não é o meu caso”, diz ela.
Quarteto fantástico
A dupla já passou por Rio de Janeiro e São Paulo. Leila informa que se trata de uma apresentação diferente. “Estaremos acompanhados de um quarteto de grandes músicos. Toco também um pouco de piano, depois eu e Menescal fazemos duo, com ele me acompanhando. Ele também canta. Assim, fazemos um passeio amplo (pelo repertório).” Itamar Assiere (piano e teclados), Marcio Bahia (bateria), Zé Luiz Maia (contrabaixo) e Alexandre Caldi (sax e flauta) acompanham os dois.Em 1989, Leila e Menescal lançaram o álbum “Bênção, Bossa Nova”, muito elogiado. “Foi quando começou o meu namoro mais profundo com a Bossa. Este trabalho acabou indo só para o Japão, uma pena. Menescal, já como diretor artístico da Pollygram, me disse: 'Esse disco tem vida maior aqui no Brasil'. E olha que em 1989 a Bossa Nova estava completamente fora de tudo, apesar de rádios tocarem música brasileira. Ele avisou: 'Vamos lançar este disco aqui no Brasil e ver o que acontece'. E foi um estrondo”, relembra a cantora.
“Bênção, Bossa Nova” conquistou o disco de ouro, a dupla rodou duas vezes o Brasil com a turnê. “Fizemos mais de 200 shows e o álbum vendeu mais de 200 mil cópias. Foi muito forte, chegamos até a nos apresentar no Japão.”
Três anos depois, Leila trocou a Pollygram pela EMI. “Chegando lá, me pediram para fazer um disco de Bossa Nova também. Então, aquilo me associou e me juntou mais profundamente ainda ao gênero”, comenta.
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Roberto Menescal diz que o show dos dois foi preparado cuidadosamente por Leila. Não haverá improvisos. “Como é com banda, a gente tem de seguir um roteiro. É claro que podemos falar algumas coisas, mas o roteiro está ensaiado e pronto”, explica.
“Na verdade, é uma revisão dos 65 anos da Bossa Nova, mas também das coisas que eu e Leila fizemos durante esses anos todos”, comenta o cantor, compositor, violonista e produtor carioca, lembrando que a dupla não se limitou à Bossa em suas gravações.
“Acho que viajaremos o Brasil inteiro com nosso show. Tenho muitos amigos em Minas e adoro tocar aqui. Há muito não venho a BH, já estava com saudade e será muito bom rever as pessoas”, diz Menescal.
“O repertório tem músicas minhas, de Carlos Lyra, Baden Powell, Marcos Valle e de João Donato, entre outros. Enfocamos vários compositores e vamos fazendo pot-pourri das músicas deles. Eu e Leila temos a ideia de gravar o show, mas apenas para registro, talvez um DVD, e colocar nas plataformas digitais. Vale a pena, pois o pessoal está gostando e aplaudindo muito”, conclui.
BOSSA NOVA 65 ANOS
Show de Leila Pinheiro, Roberto Menescal e quarteto. Nesta sexta-feira (15/9), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Inteira: R$390 (plateia 1), R$ 290 e R$ 220 (plateia 2) e R$ 220 (plateia superior), com meia-entrada na forma da lei. Ingressos à venda na bilheteria e no site Eventim.
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